Quinze organizações e alguns particulares aderiram já ao Protejo - Movimento pelo Tejo, que realiza sábado, em Vila Nova da Barquinha, a primeira reunião deste "movimento de cidadania" que se propõe colocar na agenda os problemas deste rio internacional.
Paulo Constantino, autarca socialista de Vila Nova da Barquinha e membro da Assembleia da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, ligado também ao clube náutico local e dinamizador do blogue Cá Por Causas, é um dos rostos de um movimento que congrega já autarquias (Barquinha, PS, e Chamusca, CDU), associações regionais, locais e nacionais, nomeadamente as ambientalistas Quercus, Geota e Liga para a Protecção da Natureza (LPN), entre outras."
A preocupação é criar um movimento abrangente, que envolve associações locais mas também os ambientalistas e grupos espanhóis, uma vez que alguns dos problemas do Tejo têm origem lá, e que reflicta o facto de as preocupações ambientais terem repercussões mais vastas, ao nível da qualidade de vida das populações e das suas actividades económicas", disse à Agência Lusa Carla Graça, da direcção nacional da Quercus.
O Protejo, que criou as suas "bases" na reunião que, em 18 de Julho último, juntou na Barquinha uma centena de pessoas e uma vintena de associações portuguesas e espanholas, quer consolidar-se, estando agendada para sábado a eleição de um conselho consultivo, de outro deliberativo e ainda de porta-vozes e grupos de trabalho, disse Paulo Constantino à Lusa.
Em discussão vai estar ainda um plano de actividades para 2009/2010, que prevê o envio de uma "carta aberta" aos candidatos às legislativas de 27 de Setembro e às autárquicas de 11 de Outubro.Para Outubro é proposta a realização de uma acção de contestação aos transvazes no Tejo-Segura, através da divulgação da cultura avieira, passando pelo que resta das aldeias (desde a Póvoa de Santo Adrião até Alpiarça) que acolheram as comunidades piscatórias que, no início do século XX, migravam para as zonas ribeirinhas do Tejo.
O movimento está preocupado com a quantidade e a qualidade da água do Tejo, querendo que os Governos português e espanhol adoptem políticas de preservação de um rio que é internacional, disse."Quando as leis espanholas nos afectam, temos que remeter para as instituições quer nacionais quer europeias, nomeadamente no âmbito da Directiva Quadro da Água (DQA)", disse Paulo Constantino, frisando a importância da mobilização dos cidadãos para esta causa.O movimento que está a nascer em Vila Nova da Barquinha - município que fez questão de estar presente na manifestação que decorreu no passado dia 20 de Junho em Talavera de La Reina, em defesa do Tejo e de uma nova cultura da água - propõe-se mobilizar as populações "na defesa e promoção da bacia hidrográfica do Tejo, nas vertentes ambiental, científica, cultural, social e patrimonial", adiantou.
Lusa
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