Apesar de fazer parte do emblema de Alpiarça, o barco avieiro parece estar perdido nos alçapões do esquecimento. Almoçar na sombra dos salgueiros do Patacão uma magnífica caldeirada feita pelo avieiro Fernando Saboga, foi uma espécie de adiafa sentimental. Os 16 convivas (amigos, antropólogos, músicos, investigadores, jornalistas) homenagearam a memória de Álvaro Brasileiro na presença do seu filho.
Alguns desandaram dali pois não suportam ver a aldeia abandonada e em total degradação, outros talvez mais resistentes ao esplendor das ruínas, andaram pelo interior das casas dos avieiros que ainda não caíram de todo. Há ali ainda um frémito de vida. Roupas, facturas, papéis diversos. Um relatório de 1972 sobre um «RX» dum avieiro no Cartaxo, quatro páginas da bateria de análises feita em 1971 a uma avieira em Alpiarça. O forno comunitário e a respectiva barraca de apoio (onde ficou esquecida uma garrafa de Rical) são o contraponto do lado de cá ao abandono das casas do lado de lá do dique onde algumas árvores cresceram e derrubaram os telhados. A secura e a aridez da areia completam a desolação das casas.
Horas depois a sala da Junta de Freguesia, local onde se realiza a Assembleia Municipal, recebe os 16 agentes culturais com uma mentira na parede – um quadro que anuncia a recuperação do Patacão. Mas o processo dos avieiros não pára; ainda agora um grupo de investigadores foi recebido no Ministério da Cultura (parece que existe…) e um Blog vai nascer para contactos activos dos agentes culturais do Ribatejo que nele queiram participar. É tudo uma questão de coração. Afinal Alves Redol escreveu «Avieiros» quando descobriu que a sua avó de Tomar era neta, filha, irmã e viúva de avieiros.
José do Carmo Francisco
Fonte: O Mirante
Alguns desandaram dali pois não suportam ver a aldeia abandonada e em total degradação, outros talvez mais resistentes ao esplendor das ruínas, andaram pelo interior das casas dos avieiros que ainda não caíram de todo. Há ali ainda um frémito de vida. Roupas, facturas, papéis diversos. Um relatório de 1972 sobre um «RX» dum avieiro no Cartaxo, quatro páginas da bateria de análises feita em 1971 a uma avieira em Alpiarça. O forno comunitário e a respectiva barraca de apoio (onde ficou esquecida uma garrafa de Rical) são o contraponto do lado de cá ao abandono das casas do lado de lá do dique onde algumas árvores cresceram e derrubaram os telhados. A secura e a aridez da areia completam a desolação das casas.
Horas depois a sala da Junta de Freguesia, local onde se realiza a Assembleia Municipal, recebe os 16 agentes culturais com uma mentira na parede – um quadro que anuncia a recuperação do Patacão. Mas o processo dos avieiros não pára; ainda agora um grupo de investigadores foi recebido no Ministério da Cultura (parece que existe…) e um Blog vai nascer para contactos activos dos agentes culturais do Ribatejo que nele queiram participar. É tudo uma questão de coração. Afinal Alves Redol escreveu «Avieiros» quando descobriu que a sua avó de Tomar era neta, filha, irmã e viúva de avieiros.
José do Carmo Francisco
Fonte: O Mirante
Sem comentários:
Enviar um comentário