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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A partidocracia e a rua

O denominado "Movimento Independente para a Representatividade Eleitoral" apresentou, na Assembleia da República, uma petição com mais de seis mil assinaturas, que propugna a alteração do artigo 151º, nº 1, da Constituição, de forma a permitir a candidatura de grupos de cidadãos independentes às eleições legislativas. Presentemente, esta norma constitucional exige que as candidaturas sejam apresentadas pelos partidos políticos – isolados ou em coligação –, embora admita que as respectivas listas integrem cidadãos sem filiação partidária.
Dado o número de subscritores, a petição terá de ser apreciada pelo Plenário da Assembleia da República. Porém, o seu destino não é auspicioso. A revisão constitucional depende de uma maioria de dois terços dos deputados em funções e não é crível que os partidos abram mão do único monopólio eleitoral que detêm (no caso do Presidente da República e das autarquias locais, já se admitem candidaturas de independentes). De todo o modo, a iniciativa tem o mérito de ressuscitar um debate muito relevante sobre o papel dos partidos políticos.
A democracia portuguesa deve a sua estabilidade, em larga medida, à persistência dos partidos que estão na sua origem. Na verdade, PS, PSD, PCP e CDS têm mantido, no essencial, as suas posições relativas, só esporadicamente ameaçadas pela emergência de fenómenos singulares como o "regenerador" PRD (transformado, por triste ironia, no "nacionalista" PNR) ou o "pós-moderno" Bloco de Esquerda – uma aliança entre ex-militantes comunistas, maoistas e trotsquistas, que seria totalmente impensável outrora, durante o processo revolucionário.
A crise e a ausência de respostas do sistema político levaram muitas pessoas a exprimir-se fora do quadro partidário. Essa tendência, que teve (até agora) o seu ponto mais alto na manifestação "inorgânica" de 15 de setembro, deve ser vista como uma oportunidade de reaproximar os cidadãos da Política. É necessário "ouvir a rua", sob pena de a rua se tornar violenta. As listas de independentes poderão não dar solução a todos os problemas nem alterar decisivamente o ambiente parlamentar, mas serão um contributo válido para a integração da rua na Cidade.
«CM»


Enviado por um colaborador

2 comentários:

Anónimo disse...

O programa eleitoral não está visível. O Sr. Centeio deve vê-lo apenas no seu PC através do gmail.
Os leitores não o conseguem ver, uma vez que é o proprietário e só os veríamos se tivessemos acesso ao seu e-mail.
O link reeencaminha para o gmail.
Penso que tem de fornecer o link original, ou em alternativa alojar os ficheiros num servidor (há muitos grátis) e depois fornecer os links.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Sr. Centeio, continua a não dar.

Este é o endereço para onde o link do programa da CDU remete:

https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=46a43b74e3&view=att&th=13cfcd749f8bee3d&attid=0.1&disp=inline&safe=1&zw

Ora sendo através do gmail, só o senhor tem acesso.

No seu PC consegue aceder porque tem os privilégios de utilizador.

A solução no meu entender é criar uma conta grátis para alojamento, por exemplo [http://www.freeweb7.com/] e depois de fazer o upload, partilhar o link no jornal.

Cumprimentos