Patrícia Almeida, 27 anos, é comandante da GNR de Santarém. Ontem, às 07h00, estava no terreno para prender gang de ladrões |
Dezasseis detenções e mais de 30 mil euros em material furtado recuperado é o balanço da megaoperação que a GNR realizou ontem de manhã em Alpiarça.
A comandar a execução dos seis mandados de busca nas residências dos suspeitos, que terão assaltado mais de uma dezena de casas, ourivesarias e outros estabelecimentos, estiveram os comandantes dos destacamentos da GNR de Grândola e de Santarém. Esta última, capitã Patrícia Almeida, é a oficial que vai dar o nó com a cabo Teresa Carvalho, conforme o CM avançou ontem – naquele que será o primeiro casamento gay na história da GNR.
Os detidos, 14 homens e duas mulheres entre os 18 e os 45 anos, todos romenos, foram transportados para Grândola, onde hoje começam a ser interrogados por um juiz.
Pelas 07h00, cerca de 90 militares concentraram-se junto às casas dos suspeitos em Alpiarça e deram início à rusga. Foram apreendidas três viaturas ligeiras, uma grande quantidade de material informático e electrónico (televisores LCD, computadores portáteis, telemóveis, playstations, entre outros), uma arma de alarme, várias jóias de ouro e dinheiro, que a GNR avalia em mais de 30 mil euros.
As várias famílias "não ofereceram resistência", disse ao CM o tenente Martins, comandante da GNR de Grândola, onde se iniciou o inquérito. Os detidos começaram a ser investigados pelo Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Grândola por vários assaltos a residências naquela área.
Agora residiam em Alpiarça, onde também já estavam referenciados pelo NIC de Santarém por vários furtos. "Não é possível saber ainda ao certo em quantos furtos estarão envolvidos, decorrem investigações para ligar a enorme quantidade de material recuperado a inquéritos que estão em curso".
Os suspeitos e respectivas famílias começaram a ser levados para o posto da GNR de Alpiarça por volta das 10h30 para identificação. Além dos 16 detidos, outros dez homens foram constituídos arguidos mas não vão ser ouvidos pelo juiz.
Na operação, foram empenhados cerca de 90 militares dos NIC dos dois destacamentos, da Unidade de Intervenção da GNR, do Grupo de Intervenção em Operações Especiais, do Grupo de Intervenção e Ordem Pública e do Grupo de Intervenção Cinotécnico. Foi coordenada pelos comandos da GNR de Santarém e Setúbal.
NOIVA CABO FORMOU PJ E PSP
A cabo Maria Teresa Dias Carvalho, 39 anos, noiva da capitã Patrícia Almeida, é formadora de investigação criminal na Escola Prática da GNR, em Queluz – onde se conheceram –, há pelo menos dez anos. Além de cursos curriculares a guardas, a militar já formou agentes da PSP e inspectores da Polícia Judiciária. Fonte da escola diz ao CM que Teresa Carvalho é especialista em situações de sequestros e tomadas de reféns. Morena, cerca de 1,65 m, cabelo curto e já grisalho, a militar conheceu a futura mulher no curso de promoção a capitão que Patrícia Almeida frequentou na escola, no primeiro semestre do ano passado. Quando a oficial abandonou a escola, já estavam apaixonadas. Apesar de ter ficado colocada em Santarém, Patrícia Almeida vive com a namorada num apartamento no centro de Queluz.
MANCHETE DO 'CM' FOI TEMA À MESA DA CAPITÃ
Depois de ter estado no terreno a comandar a operação de Alpiarça, a capitã Patrícia Almeida voltou ontem ao posto de Almeirim, onde está sediado o Comando do Destacamento de Santarém. A oficial almoçou com subordinados (vários guardas e pelo menos um sargento) e, à mesa, falou abertamente sobre a manchete do CM de ontem, a propósito da cerimónia civil que a irá unir à cabo Maria Teresa Carvalho – é o primeiro casamento gay na história da GNR. Sempre "correcta e cordial" com todos os militares, "é uma oficial da GNR que sabe desempenhar as funções de comando", dizem ao nosso jornal fontes da GNR de Santarém
«Correio da Manhã»
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