Colaboração de Daniel Coelho |
Na feira mundial de frutas e legumes, que decorreu na Alemanha, os produtores portugueses mostraram que são capazes de inovar, exibindo ao lado das tradicionais pêras e maçãs, as mais originais uvas sem graínha e mini-tomates em forma de morango.
A Torriba, uma das empresas portuguesas participantes na Fruit Logística, que decorreu em Berlim, foi a responsável pela introdução em Portugal do tomate ‘berry’ um parente do já bem conhecido ‘cherry’, mas com sabor menos ácido. Gonçalo Andrade, director da unidade de frescos desta organização de produtores sediada em Almeirim, sublinhou que esta variedade, desenvolvida por uma empresa japonesa, “é um produto âncora da organização”. A “descoberta”, contou à Lusa, foi feita precisamente em Berlim.
A Torriba decidiu arriscar, negociou a exclusividade para Portugal e começou a produzir em finais de 2008. Em 2011, adiantou Gonçalo Andrade, a Torriba conta ter três hectares desta variedade de tomate em produção, o que deve render cerca de 100 toneladas. O tomate ‘berry’ está presente em “praticamente todas as cadeias retalhistas nacionais”, mas o objectivo é o mercado internacional. “Vendemos para Inglaterra e para França e estamos a tentar entrar na Dinamarca e na Noruega”, adiantou Gonçalo Andrade.
A uva sem graínha é outro exemplo de como uma tecnologia é apurada para agradar aos paladares mais exigentes. “Uvas sem graínha sempre existiram, mas eram daquelas pequeninas, que não eram apetecíveis para comercialização. O que fizemos foi começar a trabalhar com estas variedades para engrossar o bago, dar-lhe mais cor, fazer com que a uva seja atraente”, explicou o responsável pelas relações públicas da Vale da Rosa, Ricardo Costa.
Atentos aos mercados internacionais, “que consomem sobretudo uvas sem graínha”, os responsáveis desta empresa de Ferreira do Alentejo recorreram a parcerias internacionais com universidades e empresas especializadas na melhoria destas variedades para trabalhar, “de forma natural”, as uvas desejadas. Ricardo Costa adiantou, no entanto, que não basta o apoio e a tecnologia dos especialistas internacionais, pois todo o processo assenta num trabalho de selecção dos melhores cachos e é bastante exigente em termos de mão de obra.“
É um trabalho medonho, é como fazer ‘crochet’ nas uvas”, descreveu. A Vale da Rosa tem actualmente 230 hectares de uva, das quais cem já são sem graínha. Cerca de três quartos desta produção é exportada, mas Ricardo Costa nota “ano após ano, uma procura crescente pelas uvas sem graínha” no mercado interno. “Os consumidores são mais exigentes, querem o melhor ao melhor preço”, sintetizou.
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