Zona húmida junto a Alpiarça esteve até há pouco sujeita a poluição da ETAR Paul da Gouxa está a ser recuperado e vai ter centro de interpretação .O habitat de várias espécies de peixes e aves foi-se degradando devido à existência de uma pedreira e de uma lixeira selada em 1998.
O Paul da Gouxa, em Alpiarça, para onde até há menos de um ano eram descarregadas as águas da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) intermunicipal de Almeirim/Alpiarça, algumas contaminadas devido a mau funcionamento do equipamento, está a ser recuperado no âmbito de um projecto comunitário de cooperação inter-regional – Ripidurable.
O Paul da Gouxa, em Alpiarça, para onde até há menos de um ano eram descarregadas as águas da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) intermunicipal de Almeirim/Alpiarça, algumas contaminadas devido a mau funcionamento do equipamento, está a ser recuperado no âmbito de um projecto comunitário de cooperação inter-regional – Ripidurable.
Na candidatura apresentada pela Câmara de Alpiarça e já aprovada prevê-se a instalação de um centro de interpretação, a plantação de árvores e arbustos, a criação de observatórios de aves e peixes, bem como um parque de estacionamento para os visitantes. Situado por trás da reserva do Cavalo do Sorraia, o paul esteve muitos anos sujeito ao abandono, com uma lixeira e uma exploração de inertes a poucos metros.
A intervenção, que já começou com a correcção dos terrenos e limpeza, abrange uma área de cerca de quatro hectares propriedade do município. Uma parte do paul está inserida em terrenos privados que ficaram fora desta candidatura. Ao todo vão ser gastos neste recurso 400 mil euros através da iniciativa comunitária INTERREG, financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Já foi feito um estudo dos habitats desta zona húmida e um levantamento de todas as características que vão constar em livros que serão distribuídos aos visitantes. Até final do ano pretende-se plantar 1.300 árvores e arbustos retirados da zona e que foram reproduzidos nas estufas do Instituto Superior de Agronomia (ISA). Entre as árvores contam-se espécies como o amieiro, freixo, choupo negro, pinheiros e sobreiros. Alguns dos arbustos são o rosmaninho, lavanda e medronheiro.
A coordenadora do projecto de recuperação do paul e investigadora do ISA explica que este paul assume uma grande importância pelo facto de ter uma mancha de salgueiros pretos com características que não são comuns. Ana Mendes refere que foram observadas onze espécies de peixes nas lagoas e 167 espécies de aves que habitam a zona, das quais 25 são classificadas como de interesse e oito têm estatuto de protecção por serem vulneráveis. Entre as aves contam-se a garça pequena, garça vermelha, tartaranhão caçador e o noitibó, que é uma ave nocturna. Ana Mendes elucida ainda que este é um local de alimentação de morcegos.
Com um financiamento global de um milhão de euros, o Ripidurable envolve, até final do ano, 10 parceiros - quatro portugueses (os municípios de Alpiarça e Montemor-o-Novo, o Instituto Superior de Agronomia e a Universidade de Évora) e seis de outros três países europeus (Grécia, Espanha e França). O Ripidurable, iniciado em Janeiro de 2005, integra quatro projectos-piloto, dois dos quais em Portugal. Além da reabilitação da parte do Paul da Gouxa, estão a ser intervencionados um troço (1.700 metros) da ribeira Gandum, no concelho de Montemor-o-Novo, um pedaço da bacia do rio Louros, em Amvrakikos (Grécia) e uma ribeira em Valência (Espanha).
Arquivo: Edição de 04-10-2007
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