O secretário-geral do PS acusou hoje o
primeiro-ministro de ter destruído mais de 200 mil postos de trabalho e
defendeu que o país precisa de mudar de caminho.
"No ano passado, o primeiro-ministro
[Pedro Passos Coelho] destruiu mais de 200 mil postos de trabalho.
Estamos a caminho de um milhão de desempregados, coisa nunca vista em
Portugal", afirmou Seguro, em Famalicão, durante a apresentação da sua
moção ao congresso do partido, no qual se recandidata à liderança. O
secretário-geral do PS lembrou ainda que "mais de 40% dos jovens
portugueses que não estudam, estão desempregados".O líder socialista admitiu que o problema do desemprego "não se resolve com uma varinha mágica, de um dia para o outro, com um estalar de dedos", avisou que "o caminho é estreito", mas garantiu que com outras políticas "é possível lá chegar". "O primeiro-ministro seguiu o caminho do empobrecimento, mas um país que empobrece soma mais problemas aos problemas que já existem", advertiu, sublinhando que, apesar dos sacrifícios exigidos aos portugueses, o défice "está acima do previsto", a dívida "não pára de crescer" e a economia contraiu 3,2%.
"O que é inteligente? É prosseguir o mesmo caminho ou mudar de
caminho? Sem qualquer clubismo partidário: tem algum sentido continuar
no mesmo caminho? Não tem. Toda a gente já percebeu, menos o
primeiro-ministro, que só a mudança resolve os nossos problemas",
afirmou.
Em matéria de emprego, Seguro propôs a criação de um programa europeu
de combate ao desemprego, com um fundo de 100 mil milhões de euros para
acudir a todos os países, bem como o lançamento de um programa de
reabilitação urbana que privilegie a eficiência energética dos edifícios
e a redução para 13% do IVA na restauração.
Paralelamente, sugeriu que se fixe na Europa um "limite admissível"
para a taxa de desemprego, acima do qual os subsídios de desemprego
sejam pagos pela União Europeia. Desta forma, o desemprego, em vez de
ser visto como um problema de cada país, passaria a figurar como um
problema "de toda a Europa" e, como tal, atacado por todos os
países-membros.
"A Europa e o primeiro-ministro português consideram que o desemprego
e a pobreza são inevitáveis, naturais, danos colaterais, mas nós, no
PS, não temos essa visão, consideramos que são flagelos que devem ser
permanentemente combatidos", disse ainda.
Seguro reiterou que o Partido Socialista não aceitará ser "cúmplice"
do corte de 4 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado, como
Educação, Saúde e Segurança Social. "É nos momentos de crise que as
pessoas que menos têm mais precisam do Estado", rematou
«JN»
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