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segunda-feira, 18 de março de 2013

PS DEBATEU CARTA AUTÁRQUICA


A Carta Autárquica do Partido Socialista para o Distrito de Santarém esteve em debate no último sábado, em Tomar. A sessão moderada pela candidata do PS à presidência da Câmara de Tomar, contou com a presença de Salomé Rafael, Presidente do Nersant, de Luís Ferreira, produtor cultural, e de André Escórcio Soares, professor do Ensino Superior. A abertura dos trabalhos esteve a cargo do ex-deputado João Sequeira, do Secretariado Distrital da Federação do PS, que sublinhou a importância desta iniciativa política não só para os futuros autarcas, mas sobretudo para as populações, já que se trata de um instrumento coordenador da futura ação autárquica do PS.
Salomé Rafael, primeira oradora da sessão, colocou o acento tónico na questão empresarial, destacando um conjunto de casos de sucesso no distrito, nomeadamente alguns ligados aos sectores agro-pecuário e turístico, que “comprovam o dinamismo e as múltiplas capacidades da região”. Salomé Rafael lamentou que esta dinâmica se perdido em Tomar nos últimos anos, sublinhando a necessidade de implementar um novo ciclo, de maior apoio ao sector empresarial e ao desenvolvimento de nichos de mercado sectoriais.
Para Salomé Rafael, é igualmente de extrema importância que os futuros autarcas saibam destacar e valorizar a marca “Ribatejo”. A Presidente do Nersant sublinhou igualmente a importância estratégica do Instituto Politécnico de Tomar para a região do Médio Tejo ao destacar o dinamismo e a inovação que as parcerias com esta instituição podem imprimir na dinâmica empresarial. Para Salomé Rafael, a capacidade de liderança e de mediação dos autarcas são fatores determinantes para a eficácia da coordenação estratégica nos respetivos concelhos. Sem lideranças eficazes, os concelhos enfrentam a estagnação, foi o recado que a líder do Nersant deixou.
Luís Ferreira, produtor cultural e dirigente associativo em Tomar, referiu a sua experiência como organizador de eventos, nomeadamente do Festival Bons Sons, para sublinhar a necessidade de implementar instrumentos capazes de criar dinamismo económico e de relevância turística na área da cultura, do associativismo e da produção de eventos. Luís Ferreira notou que “quase sempre é ignorada diferença entre o custo de um evento e o seu valor como fator contribuinte para uma ideia mais abrangente, por exemplo ao nível de uma estratégia concelhia ou para a capacidade de atrair atenção e investimento para outros projetos.
André Escórcio Soares, professor do Instituto Politécnico de Tomar e dirigente associativo na área do voluntariado, colocou o enfoque na necessidade de realizar trabalho conjunto entre as empresas, as autarquias e as instituições académicas para a introduzir valor nos produtos e eventos, capacidade de atrair e fixar população e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. A ideia das modernas cidades criativas foi invocada a este propósito com André Escórcio Soares a lembrar que este novo modelo assenta em três pilares: tecnologia, tolerância e talento.
Anabela Freitas acabou por intervir na fase de debate frisando que “só a interligação entre o mundo empresarial e educativo e a dinâmica cultural,associativa e da cidadania ativa, pode retirar a região, e especificamente Tomar, da difícil situação em que se encontra”. Anabela Freitas considera que “uma autarquia deve ser permanentemente facilitadora da iniciativa privada, da iniciativa associativa, da iniciativa individual e deve ter essa estratégia como seu fio condutor da sua ação desde o primeiro minuto”. Ficou ainda o compromisso de, caso venha a ser eleita Presidente de Câmara, “concretizar um projeto de liderança com capacidade de diálogo, capaz de valorizar os aspetos positivos da comunidade e de apostar nas pessoas como mais-valia”.
 O público participou na fase de debate que fechou com uma intervenção de António Rodrigues, Coordenador Distrital da Carta Autárquica. O Presidente da Câmara de Torres Novas deixou algumas pistas sobre os desafios que se colocarão aos novos autarcas, particularmente “graças às dificuldades económicas que o país atravessa e também às linhas orientadoras do novo quadro comunitário de apoio, viradas essencialmente para o combate à pobreza e exclusão social, o empreendedorismo e criação de emprego, a tecnologia, a cultura, sempre com o comum denominador da estratégia de desenvolvimento sustentável”. António Rodrigues afirmou ainda necessidade dos próximos autarcas apostarem no diálogo e no trabalho conjunto no seio das comunidades intermunicipais, uma vez que será aí que a maioria das decisões será tomada, nos próximos anos.
Ao longo da sua intervenção final, o Coordenador Distrital da Carta Autárquica lamentou a perda de competitividade por Tomar a vários níveis, afirmando que esta situação “é má também para a região, e incompreensível quando Tomar tem todas as condições, do património à capacidade instalada, para estar numa posição de vanguarda”. António Rodrigues deixou ainda uma farpa ao atual Presidente de Câmara, ao agradecer – em nome de Torres Novas – uma estratégia autárquica que ao longo de 15 anos tem estado contra a instalação de empresas no concelho.



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