Os pormenores ainda estão a ser fechados, mas a troika já deu luz verde para que parte da reforma do IRC – os incentivos ao investimento – entram já este ano, como forma de contrariar os efeitos da recessão. O dossier foi avaliado pela troika e pelas Finanças nesta sétima avaliação, com o Governo a recorrer às conclusões da comissão liderada por António Lobo Xavier.
Inicialmente,
o Governo previa que o novo quadro geral para o IRC entrasse só com o
Orçamento para 2014, mas a situação do país e os baixíssimos níveis de
investimento teriam precipitado esta decisão. Este novo IRC poderá,
contudo, ter moldes diferentes daquele que foi apresentado por Álvaro
Santos Pereira em 2012 e que defendia um patamar de 10% de imposto para
todos os novos investimentos. Há duas semanas, Lobo Xavier também
apresentou a Vítor Gaspar a ideia de deduzir ao IRC cobrado os lucros
que fossem retidos ou reinvestidos, estimulando o investimento das
empresas.
"Portugal tem um código de IRC que é demasiado
complexo", garantia em novembro Abebe Selassie, responsável pela missão
do FMI . Em entrevista ao Dinheiro Vivo, dizia que a troika podia ver
com bons olhos uma taxa reduzida, desde que isso não implicasse uma
perda de receita fiscal.
Só que, passados cinco meses, o
equilíbrio entre a receita e o perdão fiscal foi ultrapassado pelo
agravamento da recessão. Em Fevereiro, Vítor Gaspar apontava para uma
contração da atividade económica de 2%, o dobro do previsto no Orçamento
do Estado para 2013. Um mês depois, este número poderá voltar a ser
corrigido, já que a base de trabalho nesta sétima avaliação aponta agora
para o agravamento de todo o cenário macroeconómico, o que justifica a
"recompensa" dada pela troika.
«DV»
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