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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Daqui não saio!

A crise corrente não é apenas económica. Começa por ser cultural. Basta ver as reacções indignadas ao novo regime de mobilidade geográfica para a função pública. Ideia do governo: quando não há trabalho aqui, o funcionário tem de ir para acolá.
Onde faz falta. Nada mais básico: entre o desemprego e a deslocação, em especial num país do tamanho de um penico, qualquer pessoa racional não hesita. Mesmo, ou sobretudo, pessoas com famílias para sustentar.
Mas Portugal tem uma particular visão das coisas: o sonho do lusitano médio é viver no 1º piso; trabalhar no 2º; fazer as suas férias no 3ª; viver a reforma no lar de idosos que fica no 4º; e, quando a hora chegar, ter o serviço fúnebre no 5º. E se alguém sugere, como o deputado João Almeida do CDS, que o trabalhador pode sempre recusar a proposta e ‘desvincular-se' (como acontece em qualquer empresa), o herege é logo queimado no Pelourinho.
Reformar o país é fácil. Difícil é reformar a cabeça dos nativos.
Fonte «CM»
Enviado por um leitor

4 comentários:

Anónimo disse...

Ás vezes penso que os portugueses tem raizes nos pes. quando se tem de mover ou mudar algo e logo uma choradeira. e obvio que tem de haver mais mobilidade quer no publico. toca mas e a mexer e menos ladainhas.

Anónimo disse...

mas mais preocupante é querer trabalho e não o ter...

tomara aquele milhão de desempregados terem uma oportunidade de mobilidade...

claro que cada um vê a queda de forma diferente conforme o galho que ocupa!

Anónimo disse...

Os funcionários da Câmara Municipal de Alpiarça, ao contrário de outros tem o privilégio de tolerância de ponto no dia de Carnaval!
Um milhão e duzentos mil desempregados querem trabalho e não tem!
É esta a democracia que vivemos!

Anónimo disse...

Não sejamos hipócritas!
A lei que o governo quer criar obriga unilateralmente os funcionários a terem de se deslocar, mas sem qualquer benefício.
Imagino que muitos que apoiam a medida estão prontos a PAGAR do SEU BOLSO os custos da mudança.
Ou seja; está a pagar com dificuldades uma casa em Alpiarça e é mandado para Coimbra sem qualquer compensação monetária.
Diz ainda o projecto de lei que é obrigado a aceitar desde que não implique mais de 2 horas de viagem para cada lado.
Claro que se não comprar casa, apanha o comboio para Coimbra e suporta as despesas (que devem ser baratas) e vai trabalhar para aquecer.
É que a lei em discussão não prevê qualquer custo para o Estado.
Por favor, deixemos de ser fundamentalistas e cegos.
Se me disserem que alguém colocado em Alpiarça é obrigado a ir para a Chamusca, Almeirim ou Santarém, tudo bem, e concordo com isso.
Agora o que foi noticiado não é nada disso!
Acho que qualquer um estará receptivo se lhe forem aplicadas as mesmas condições que aos Srs. deputados ou aos Srs. ministros.
Ou se, como é do conhecimento público, vier um motorista buscar e trazer o funcionário como é comum fazer aos políticos.
Por acaso até gostaria de ver alguns comentadores, com família, ganharem 700 ou 800 euros e serem obrigados a deixar a actual situação e serem colocados em Freixo de Espada à Cinta.
Como dizem os brasileiros, "pimenta no cú dos outros é refresco"