Vi recentemente num documentário que os homens se
apaixonam mais rapidamente que as mulheres. Aquela sensação de “amor à primeira
vista” é, por eles, sentida com muito mais vigor e muito mais depressa.
Todos admiramos aqueles casais que ao fim de anos e
anos juntos continuam a mostrar que se amam. Mas o amor é feito dia-a-dia, sem
dramas. O amor aparece e mantém-se, e os problemas aparecem e solucionam-se. Um
casal pode ter uma vida calma e ficar junto, ou pode ter alguns problemas e
solucioná-los e permanecer junto (e, muitas vezes, fortalecido). Mas enquanto
os problemas aparecem e se solucionam, os dramas criam-se e não têm solução
porque, na verdade, um drama não existe é criação de uma cabeça e, não podemos,
enquanto casal, solucionar um drama apontado como comum, mas que só existe numa
das cabeças.
As mulheres são especialistas em criar dramas e os
homens tornam-se especialistas em ignorá-los. E, em consequência disso, existem
imensos casais constituídos por “drama queens” e “porcos insensíveis”...
A vida não é uma telenovela ou um filme romântico,
e se nas telenovelas os dramas são o que lhes dá interesse, na vida real os
dramas apenas chateiam. Que piada teria se na telenovela o casal principal se
apaixonasse, fosse ao cinema, jantar juntos, ao fim de um tempo decidissem
morar juntos e/ou casar, tivesse filhos e, ultrapassando pequenos problemas, se
amassem a vida inteira sem nunca se verem envolvidos em triângulos amorosos ou
vinganças terríveis de ex-amantes? Nenhuma, não era telenovela que durasse
muito tempo ou tivesse muita audiência... Mas a vida real não é, nem tem de ser
uma telenovela. Minhas amigas, entendam, de uma vez por todas, que os vossos
dramas não interessam a ninguém, que ninguém está interessado na vossa crise de
ciúmes e na vossa desconfiança, nem em dramas inventados para tornar a vossa
vida tão interessante como uma telenovela. Ela não é! A vida não é uma
telenovela e, para ser interessante, não precisa de dramas, antes pelo
contrário, precisa de empenho e calma, os vossos dramas só servem para vos
chatear e chatear todos os que vos rodeiam. Nenhum homem suporta desconfiança
permanente, nenhum homem suporta joguinhos permanentes para que ele “entenda”
aquilo que vocês sentem só porque ele se sentou no sofá a beber uma cerveja
quando o que vocês queriam mesmo, mas não disseram, era que ele vos massajasse
as costas, ou só porque ele saiu com os amigos, depois de vos perguntarem se
vocês se importavam e vocês dizerem que não, num dia em que vocês queriam ficar
enroscadas no sofá com ele, mas não disseram, ou por qualquer outra coisa
insignificante à qual vocês deram o aval e nunca contrariaram... se não querem
que ele faça alguma coisa, preferindo que faça outra digam, directamente! Não
inventem dramas para ele “entender” porque o mais natural é que ao fim de meia
dúzia desses dramas o homem, pura e simplesmente, deixe de lhes ligar e se
torne num “porco insensível”. Podemos censurá-lo quando isso acontece?
Por:
Sara Jofre
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