Vanda Luciano - Antropóloga |
Nos último 30 mil anos o cérebro humano encolheu o equivalente a uma bola de ténis. Já não é necessária tanta inteligência para sobreviver, dizem os cientistas. IN Expresso
Bem atendendo a esta notícia, tenho que concordar. Este fim-de-semana por motivos académicos fui ao núcleo museológico, sito em Santarém, S.João do Alporão, ao cumprimentar as funcionárias e questioná-las acerca da exposição e se podia tirar fotografias para um trabalho que estou a realizar, foram um pouco rudes. Para ter acesso ás fotografias teria que pagar, teria que pedir ao Vereador e demorava tempo, que não tenho, pois o trabalho tem de ser entregue. Enfim, tenho a dizer que a visita foi deveras constrangedora, inútil e trouxe-me um grande dissabor, ter que dizer que em Santarém os museus são a imagem da cultura ou da acultura que grassa no nosso país.
Mentalidades obsoletas, que não vêem no turismo uma oportunidade de crescimento sustentável, não o consideram factor de crescimento e em que os turistas, só fazem um percurso, o da Igreja do Milagre, quando em Santarém há tanto para conhecer e ver, não tivesse esta cidade concorrido a “Capital do Gótico”, para património mundial. Enfim, reduzi-me á minha insignificância, ficando a pensar para que pagam a duas pessoas por um serviço que não é de excelência para com os clientes-cidadãos, só chego a uma conclusão: ou não gostam do que fazem ou ganham pouco!
Os elementos expostos só se encontram identificados em português, o que limita as leituras a públicos estrangeiros, existem somente brochuras só entregues a pedido, e também parece ser direccionado para um público conhecedor. Entristeceu-me o facto de sermos conhecidos por povo afável, acolhedor e de raízes profundas identitárias, quando no fundo só somos um povo desunido que pouco pensa em soluções e mais se preocupa com os problemas, sem arranjar saídas, que pomos os problemas pessoais á frente dos outros.
Vivemos de acordo com o Fado ou fatum (destino) envolvidos por uma nostalgia e peso de um fardo, a que chamamos crise, mas no fundo não fazemos nada para alterar o país que temos. Uma cidade tão promissora quanto Santarém pode dar-se ao luxo de não apostar na excelência dos serviços públicos quando almeja trazer turistas, sejam eles de fora ou não?
Em conclusão, é com pesar que constato que esta notícia do Expresso deva ser a realidade eminente, que usamos pouco a cabeça, e dai o cérebro encolher!
Aliás nem é preciso ser inteligente para sobreviver, nem educação para com os outros, desumanizaram-se as pessoas…
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