Por: Lino Mendes |
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Creio que com os Cadernos 2 e 3, foram apresentadas as bases para quem quiser avançar com a formação ou a reformulação de um “grupo de etnografia e folclore”.Hoje debruçamo-nos sobre o que entendo como fundamental para uma”Educação para a Cultura da Tradição” sem a qual, não tenhamos dúvidas, nada avançará no bom caminho.
A começar a RTP tem o dever de lançar um “espaço” pedagógico dedicado à cultura tradicional”isto é, à Etnografia e ao Folclore, e para já os seus jornalistas deveriam ter, mesmo que de base, uma formação sobre o assunto --o que será muito simples. A televisão é o mais eficiente “transmissor de saberes”,e os seus conteúdos devem ser correctamente apresentados.
A imprensa dita regional pode desempenhar um papel fundamental no aparecimento de “novos e conhecedores públicos” os quais, só então separarão o trigo do joio. Não é que os grupos erradamente chamados de folclore, não tenham o seu espaço próprio no mundo da cultura portuguesa, mas como”grupos de danças e cantares não tradicionais”, não coabitando, naturalmente, em eventos que se digam de folclore. Naturalmente que não se pode ignorar o seu papel no associativismo, importante na ocupação dos tempos livres.
Chamemos, naturalmente, as coisas pelos nomes. Mas ainda há dias um prestigiado jornal através de um seu colaborador, referia o excelente trabalho que dois citados grupos estão realizando, quando de folclore os mesmos nada tinham E se de imediato educadamente tentei dar uma explicação, o texto não foi publicado. E já posteriormente uma longa reportagem dava notícia da publicação do primeiro CD de outro grupo, e segundo se dizia, altas figuras da cultura enalteciam a divulgação que estavam a fazer dos costumes alentejanos,o presidente no final referia que
"todo o trabalho é inédito, com músicas e arranjos do próprio grupo",o que a ser assim, nega todo e qualquer folclore, desdiz tudo o que foi dito antes.
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