Ao fim de trinta e quatro anos, Manuel Alegre sai do parlamento mas com a sensação do dever cumprido como deputado. Ao contrário de muitos, foi fiel aos seus mandatos, não acumulando a função parlamentar com cargos nos sectores privado e público. O seu percurso académico, ligado ao movimento estudantil contestatário do Antigo Regime, traçou-lhe o destino. O exílio não lhe calou a voz nem a sua poesia, inspirando cantores de intervenção como José Afonso. Um homem intenso, de causas, que não hesitava entrar em conflito ideológico com o partido para não desapontar os cidadãos. Alegre diz que a escrita e vida são inseparáveis, eu digo que a democracia e a liberdade andam de mãos dadas.
1 comentário:
Pois é Doutora Sónia, agora já pode ser um pouco tarde.
Tudo tem um timing próprio para agir, como sabe. E essa sua ausência (no estrangeiro) parece ter estado contra si. Assim como esteve contra si, aquela malvada decisão de só poder concorrer a um lugar. Cavar na vinha e no bacelo ao mesmo tempo é que não pode ser, segundo as regras do seu partido.
Mas, haja saúde e coza o forno, não é verdade?
Não faltarão oportunidades no futuro para uma mulher com a sua postura e notoriedade.
A maturidade ganha-se também com estas aventuras e desventuras.
E não terei dúvidas em afirmar que há um lugar de deputado na Assembleia da República que estaria melhor entregue nas suas mãos do que nas mãos do "sujeito" que o ocupa.
Esse "sujeito" diz em entrevista publicada:
"Concorrer pelo PS à Câmara da Chamusca contra Sérgio Carrinho não faz qualquer sentido."
...E mais não disse.
Conseguiu com a ajuda de amigos, convencer Joaquim Garrido a aceitar o desafio na conquista da Câmara da Chamusca, coisa que para ele à partida já considerava perdido, assegurando assim o “tacho” na Assembleia da República.
Tem revelado pouca visão para outras coisas mas, nesta até foi “bruxo” e acertou com as regras impostas posteriormente que, viriam a prejudicar outros deputados.
Para bom entendedor, meia palavra basta.
Zé Munícipe
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