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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ainda a procissão não saiu já se ouvem os foguetes a estalar

É o que se chama atirar o fogo antes da festa.
Somos um Povo crente.
Com uma inocência confrangedora.

Os especialistas do conto do vigário e ofícios correlativos, vêem na nossa gente uma presa fácil para o seu trabalho, conforme nos relatam, quase que diariamente, os telejornais.
Sempre tivemos uma certa queda para acreditar.
Acreditar que no futuro será melhor. Acreditar em fazedores de promessas. Em gente bem vestida. Em bruxos e adivinhos. Em tudo e mais alguma coisa.
E...mais uma menos uma, também não será por isso que nos caem os parente na lama.
Está na nossa génese: ACREDITAR.
No final, acabamos quase sempre por verificar que fomos enganados.
Mas isso por agora, também não interessa nada.
Seja o que Deus quiser.

Almeirante

(refere-se a opinião do nosso colaborador à crónica intitulada: Sónia Sanfona com uma cajadada matou vários coelhos

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu acredito!
* Na IURD.
* Na vinda de dezenas de médicos para Alpiarça.
* Nos 150.000 empregos prometidos pelo ENGº José Socrates.
* Na baixa de impostos.
* Na vitória do PS em Alpiarça.
* Que o Benfica vai ser campeão (nessa vá-lá...)
* Que os políticos são todos honestos
* Na recuperação económica.
* Na viabilidade da Quimonda.
* Que a fábrica de leite Renoldy se vai manter 10 anos em Alpiarça.
Acredito em tudo... mas só enquanto tiver 10 anos! Quando crescer, não me contem histórias dessas...

Anónimo disse...

Seja quem for o autor deste post, dou-lhe os meus parabéns.
Em três penadas definiu como é o povo português.

e acrescento:

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas..." (Guerra Junqueiro escrito em 1886)

Imputar ao 25 de Abril, e aos princípios éticos e morais que nele se fundaram, esta atmosfera poluída, é não reconhecer que a culpa, essa culpa que a nossa memória inquisitorial deseja sempre imputar-lhe, é nossa. Fomos nós os homens que criaram esta situação. A crise internacional, é certo, mas todos nós. Que fizemos ou calámos. Que nos acomodámos e distraímos. Que não quisemos saber o essencial e ficámos atentos ao efémero. Que rejeitámos as profundezas do saber e escolhemos a superficialidade de conhecer a futilidade. Que nos rendemos sem ameaça. Que elegemos a ambição, o egoísmo e a soberba. A vaidade e a ignorância como comodidades de bem-estar. E assim, somos culpados. E por isso, nem merecemos o que Abril fundou! (Moita Flores, Abril/2009)

Anónimo disse...

Obrigado ao comentador das 22:53 pelas suas palavras e por ter trazido aqui como "reforço" ao meu simples escrito, o pensamento de dois intelectuais (e poderíamos citar tantos outros) que, embora em épocas diferentes, souberam caracterizar de modo sublime este modus vivendi lusitano.

Grato pela achega.

Almeirante