.

.

.

.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Amor dos Políticos à Humanidade, aos Pobres e à Causa Pública

Edgar Morin,Antropólogo, sociólogo e filósofo francês
 

 Há amor genuíno, na política: amor à causa pública, aos pobres, a ideias de sociedades mais perfeitas. Há muitas revoluções a inscreverem-se nestes princípios de amor colectivo. Milhares de políticos inspiraram-se em ideias revolucionárias, desejando mudar e melhorar o mundo.
Como diz Morin:
São inúmeros os actos políticos inspirados pelo amor à cidade e à humanidade, pela dedicação, pela vontade de edificar um mundo melhor.
E. Morin, sociólogo e filósofo francês, As Grandes Questões Do Nosso Tempo
Mas como ele diz também, na mesmo obra:
Como na tragédia de Goethe, em que as boas intenções de Fausto provocam a perda de Margarida, e em que as más acções de Mefistófeles acabam por a salvar, também em política de boas intenções está o Inferno cheio.
As razões para tal são obviamente muito diversas, e algumas delas bastante específicas. Mas de entre elas, uma emerge, como particularmente poderosa: o amor presente na alma dos políticos – quando existe e é genuíno – não deixa também de ser um amor a ideias, e a projectos pessoais, quase sempre com pouco de racional e longe da realidade concreta.
Por detrás do amor dos políticos e dos seus apoiantes há a arrogância de quem julga ter a verdade. Há mil utopias, totalmente desfasadas. Há porventura o desconhecimento do que o homem é. Ou de como as sociedades e as economias funcionam.
E isso depressa esvazia o amor político, multiplicando problemas, dificuldades, resistências sociais, falhanços. O que acaba por fechar cada homem – e nomeadamente os políticos - no seu mundo e nos seus interesses.
De um  leitor
Noticia relacionada:

Sem comentários: