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sábado, 8 de janeiro de 2011

“CARTA ABERTA” DE UM LEITOR SOBRE O “CHUMBO” DO PROJECTO DE COMBATE À POBREZA



Sala de Estar do Centro de Assistência José Relvas

Não tendo por hábito, nem pretendendo adquiri-lo, desta vez atingi o ponto de ruptura e tenho que desabafar.

É vergonhoso ver a CMA deitar dinheiro assim fora, mais ainda desperdiçar um projecto que visava colmatar um tão grave problema na nossa sociedade: o combate à POBREZA.

Ao contrário do que foi dito, e pelo que me apercebi, o objectivo deste projecto não era dar esmolas, mas sim ensinar, quem delas precisa! A gerir os seus parcos rendimentos e cria-los, através do trabalho!

Infelizmente tal nunca foi percebido por quem de direito, e limitaram a discussão ao salário dos responsáveis pela implementação do projecto.

O actual executivo continuando uma anterior teimosia optou por retirar o parceiro inicialmente escolhido, optando por sua livre iniciativa por um novo parceiro – a fim de este ficar encarregue pela implementação do dito “projecto contra a pobreza”.

Chegou agora o veredicto de quem de direito. O projecto foi chumbado, por não reconhecerem as qualidades e capacidades ao parceiro indicado pela Câmara Municipal de Alpiarça.

O que me saturou, nem foi o “deitar dinheiro à rua”, foi sim, a falta de conhecimento que os responsáveis pelo destino deste município têm das Instituições.

Numa atitude de sobranceria a que estão habituados localmente propõem uma entidade amiga para gerir um projecto mas quem tem que apreciar capacidades diz: “Não, porque esses não têm capacidade para o fazer”. É pena que assim suceda. É pena que a falta de visão seja tanta que é preciso vir o “Inquisidor” dizer que isso assim não pode ser.

É público.

É uma vergonha!

Permitam-me mais uns desabafos mas, o que é demais ….

Vamos passar mais 3 anos a simplesmente ouvir falar de “dívida”?

Sinceramente começo a achar que tal conversa só serve para tentar esconder a falta de capacidade e iniciativa de quem nada mais sabe fazer que queixar-se!

Tentando ser o mais claro, e esperando não pecar, perdoem-me mas a matemática do 12º ano já lá vai bem longe, foi divulgado num comunicado do “PS/Alpiarça é a Razão”, que embora a dívida seja maior do que quando o PCP deixou os destinos do município, o seu rácio é menor, ou seja, a divida é maior, mas as receitas são maiores do que o eram, exemplificando: tenho uma prestação mensal de 500€ e recebo 700€, ou tenho uma prestação mensal de 1000€ e recebo 2000€ no segundo exemplo apesar da minha dívida ter duplicado, a minha capacidade para a pagar aumentou!

Depois tentam tapar o Sol, com a peneira, a propósito da valorização da zona industrial.

Vejamos:

Vêm indirectamente acusar o executivo que estava à frente do município em 2007 de “ter recebido 390 669€ para a valorização da zona industrial e não ter concluído a obra”.

É verdade, mas passa como mentira.

Explicando:

Com tal parágrafo a CDU tenta fazer passar a mensagem de que foi entregue dinheiro à CMA e que tal dinheiro não foi gasto no seu destino.

Meus senhores, não estamos perante os esgotos do Frade de Cima.

Estamos perante contratos programa com fundos comunitários, e caso não saibam (como parece pelo paragrafo distribuído) esses programas são controlados e caracterizam-se pela sua realização em “tranches”, ou seja, é pedido o apoio para realizar uma obra, mas ele é entregue por tranches de realização.

Vai comprovativo de realização – Vem dinheiro. Entrega-se prova de pagamento – realiza-se mais – vem mais dinheiro, num ciclo até à FINALIZAÇÃO DA OBRA.

Não é difícil de perceber, pois não?

Claro que a CM recebeu tal montante.

Claro que a obra não estava TODA concluída, ainda faltavam outras parcelas da obra, como certamente outras tranches monetárias.

Era aconselhável que o nosso executivo procurasse informar-se sobre tal funcionamento embora me pareça que não o pretendam utilizar, já que é difícil garantir apoios para fiadas de muro, cal para pintar muros ou barbecues de gosto duvidoso a juntar a uma telhas de zinco na entrada principal da Vila.

Só mais um apreço que não posso deixar passar em branco:

Se foi tão fácil à CDU desbloquear o financiamento” das obras na Casa Museu dos Patudos, porque é que demoraram tanto tempo?

“Gato escondido mas com rabo de fora”.

Em jeito de finalização e trocando o slogan do panfleto distribuído: meus senhores “fazer é preciso”, mas como parece não serem capazes, e para não dizerem que a oposição não a ajuda, limitem-se a conservar, sem estragar o que lhes foi deixado.

É que, por este caminho, estamos em breve a ter que escolher para sede de concelho da freguesia de Alpiarça entre Almeirim e Chamusca.”

De um Leitor







4 comentários:

Não me tomem por PARVA! disse...

Para o PS/Alpiarça é a Razão são tudo "doces", deixaram Alpiarça num verdadeiro "Oásis", OK.

Se era tudo assim tão bom, então nós os palhaços do come perguntamos: então porque deixou Rosa do Céu a presidência da câmara e foi para o Turismo? Porque não se candidatou a Dr.ª Vanda Nunes à presidência e porque não apareceu um único dos antigos vereadores nas novas listas? Porque foi a lista para a assembleia municipal praticamente toda renovada? Algo anda a ser mal contado.

Quanto à luta contra a pobreza basta ler o que O Mirante escreveu para se perceber que arrecadava 85% da maçaroca.

É preciso não esquecer que a presidente de câmara da altura, Dr.ª Vanda Nunes, com o apoio da presidente da Assembleia Eng.ª Vera Noronha, foi quem recusou os chorudos ordenados dos tais "técnicos" na luta contra a pobreza. Me perdoem mas parece que uma conhecida tipografia de alpiarça e família era quem ia lucrar (e muito) com o negócio.

Anónimo disse...

se não querem que a tomem por parva, não vista a carapuça... se tivesse lido o post talvez tivesse percebido a que se destinavam os fundos e qual o tipo de projecto que aqui estava em causa. pense, se conseguir: porque optava, dar 1000 euros a uma pessoa que os aguentava na carteira 2 semanas, ou ensina-la a ganhar e gerir 1000 euros? Esses projectos destinavam-se a combater a pobreza de forma sustentada, não através da injecção de capital no bolso dos pobres sem lhes ensinar a geri-lo ;)

Anónimo disse...

Sabem havia um conhecido capataz do nosso burgo que tinha a mesma visão.Certa altura um empregado disse para o patrão:"Senhor o Capataz anda a roubar" ao que o patrão respondeu: "eu sei meu filho,mas até agora tem dado para ele e para mim"
Moral da historia não quizeram que um camarada lucrasse com o negocio e deixaram o projecto, mas em contrapartida ficaram com um rotulo de incompetentes, portadores de uma
inercia inqualificavel e pela falta de visão e confiança na instituição que tanto queriam ver à frente de tal projecto, acabaram por também esta ser reconheciada por Instituição pouco credivel... Ora que bem... boa visão de gestão...
Sempre podiqam ter a visão do patrão e todos acabavam por lucrar e se a vossa incompetencia não fosse tão visivel poderiam até acompanhar o processo...
São pontos de vista!!!

Anónimo disse...

Cada um terá a sua opinião, naturalmente. Mas, não esqueçam: o sistema está montado! O sistema é um polvo com os tentáculos em actividade, embora poucos o vejam. Só deixa passar quem tiver salvo-conduto.
Por isso aquilo que pensamos e tentamos pôr em prática nem sempre dá certo. O conceito de partilha e solidariedade é diferente. Porquê? Porque o polvo pensa apenas nele e nos seus. Tem espírito de missão e poder de decisão. Normalmente não o vemos. Vive nas águas profundas de qualquer oceano mas dita sentenças até onde chega o seu sonar. É uma criatura isolada, convicta e protectora de quem lhe é fiel.