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domingo, 30 de janeiro de 2011

Ser socialista compensa...para os que chegaram primeiro

Por: Ramiro Marques
Acabo de me cruzar com uma amiga de infância, 56 anos de idade, professora como eu, com a diferença de que está aposentada há quatro anos e com pensão por inteiro. Não tendo sofrido corte na pensão, ao contrário dos colegas no activo, a minha amiga, Teresa, ganha mais quase 10% do que os colegas de profissão que não tiveram a sorte de se poderem aposentar com 32 anos de serviço, aos 52 anos de idade. E não puderam porque, tal como eu, não são professores do 1º ciclo do ensino básico nem de educação pré-escolar. Só esses puderam beneficiar desse regime de excepção.
A Teresa é socialista e tem todas as razões para o ser. Vejamos. Fiz umas contas por alto sobre quanto a Teresa recebeu do estado durante os 32 anos em que foi professora do 1º ciclo do ensino básico e os trinta anos que lhe sobram de vida a receber uma pensão de 3 mil euros brutos, durante 14 meses por ano. Por alto, a Teresa recebe do Estado Socialista cerca de 500 mil euros e paga em contribuições, impostos, ADSE e Caixa Geral de Aposentação cerca de 250 mil euros.
A Teresa teve um lucro de 100%. Não admira que seja socialista. Pena que um investimento tão lucrativo só seja acessível aos que chegaram primeiro.
O filho da Teresa, pelo contrário, apesar de ter um mestrado em Química, 33 anos de idade, ainda vive em casa dos pais, está desempregado, não tem médico de família nem ADSE e ainda não começou a descontar para a reforma pelo que é quase certo vir a ter direito, na velhice, apenas a uma pensão de sobrevivência.
É realmente pena que a Matemática exista e seja uma ciência exacta. Se fosse possível enganar a Matemática, o socialismo seria um regime perfeito. Assim, é apenas uma ilusão que sai muito cara a quem chega tarde.
O filho da Teresa chegou tarde.
Percebem agora onde é que José Sócrates vai buscar os 30% de votos?

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