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domingo, 30 de janeiro de 2011

Cadernos de Etnografia e Folclore

Por: Lino Mendes
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Antes de mais quero dizer que sou um simples estudioso das “tradições”, tentando um conhecimento de base abrangente, e de maneira específica as as de Montargil que estudei durante trinta e cinco anos, de maneira a que hoje tenha um trabalho não genuíno e não puro— não acreditem em quem disser que o tem—mas suficientemente representativo para ser uma referência a preservar no tempo.
Entretanto, ninguém pode gostar e respeitar o que não conhece, tampouco conhecer o que não lhe foi ensinado. No entanto, a verdade é que não há, nem nunca houve no nosso país, uma “Educação para a Cultura da Tradição isto é, nunca a Escola ensinou(transmitiu) aos seus alunos os valores que a definem e caracterizam, tampouco sobre a a importância da “cultura tradicional”.Não surpreende por isso que figuras prestigiosas do país mostrem um total desconhecimento da matéria, e que num universo de mais de dois mil grupos, que de folclore se intitulam sem que o sejam, apenas umas três a quatro centenas tenham representatividade ou para isso trabalham.
Mas ,o que é afinal o folclore?
-Definido em todos os dicionários e reconhecido pela UNESCO, podemos dizer que o mesmo deve “ser entendido como expressão da cultura tradicional, entendendo-se como tal os comportamentos ,usos, vivências e valores que qualquer grupo social, relevante culturalmente, utilizou durante o tempo suficiente para impor a marca local, independentemente da sua origem e natureza.”
E um “grupo de folclore” o que deve ser ?
Digamos que o “retrato” possível das gentes do antigamente. E aqui entenda-se antigamente como o tempo em que os usos e costumes ainda não sofriam influências universais ,em que mesmo as alterações resultantes do encontro com outras gentes, aconteciam naturalmente. Era a chamada aculturação.
Mas, pode ainda perguntar-se,como saber que determinado acto é folclore?
O Inspector Lopes Pires tem uma maneira muito interessante de o explicar, indicando quatro condicionantes:
1)-Ser popular( ser do gosto do povo…-ser da sua predilecção):
2)-Ter autor desconhecido;
3)-Ser tradicional(passar de geração em geração por via oral);
4)ser universal( pertencer a uma comunidade cultural significativa e não apenas a uma família ou pessoa).
Temos assim que ser ou não ser de folclore é uma questão pertinente e sobre a qual i9mporta reflectir.
Ser ou não ser de folclore, é pois uma questão pertinente e sobre a qual importa reflectir”




1 comentário:

Anónimo disse...

Bom trabalho esse sobre folclore.
Hoje as pessoa so querem rok, mas o folclor é um cultura vernácula, e passada de boca em boca.
Deixo aqui um link, talvez o conheça. Mas como vivo longe de alpiarça, quando quero matar saudades dum bom fandango, recorro ele .
http://justin.tv/radiodofolcloreportugues