Por: José Andrade |
As eleições presidenciais vieram ditar que a Abstenção foi superior a 53% do eleitorado.
Apenas cerca de 40% dos eleitores, votaram expressamente nos candidatos à Presidência da República. Uma minoria do eleitorado, que ainda acredita ou se resigna ao actual regime.
Inverteu-se totalmente o sentido da democracia…foi uma minoria que impõe um Presidente, a uma maioria, que não foi motivada para essa eleição.
A democracia foi rejeitada, porque a actual Constituição aceita como válida uma eleição nestas circunstâncias, ou seja, aceitará também uma eleição com muito menores níveis de participação…aceita toda e qualquer ditadura.
O perdedor, clama em tom esfusiante a vitória. Ele obteve 23% dos votos e considera-se com suficiente legitimidade para o exercício do seu cargo, como mais alto signatário da Nação.
Espantosa derrota, que é vitoriada…um registo fúnebre, que foi entendido como sinal de debilidade e que logo ocasionou, os que entenderam esta incrível fraqueza, a produzir a desculpa inverosímil.
Anuncia-se num Jornal diário, que o número de abstencionistas forçados é da ordem de 1.250.000 eleitores. Ou seja representa cerca de 7% do eleitorado.
A todos estes, de acordo com o que se diz e não foi desmentido oficialmente, foi negado o direito de votar.
Não se repetem as eleições, porque se considera, que esse número de direitos sonegados, não iria afectar a eleição do vencedor.
É incrível mas é verdade.
Nega-se o resultado oficial, nega-se o desprezo pela maioria dos portugueses, por conveniência de propaganda e simultaneamente valida-se a negação de direitos, a muitos outros.
Dois delitos numa só eleição…a negação da democracia, a negação de direitos individuais.
Regime sem princípios e sem vergonha.
Mas um regime é feito por homens e quem aceita ser eleito nestas circunstâncias não merece outra consideração, que aquela que o regime deu de si próprio.
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