Por: Ramiro Marques
O ano que agora acaba foi doloroso para os directores. O ME tratou-os como marionetes animadas a quem mudou constantemente o teor da narrativa e dos cenários.
Os directores foram tratados sem consideração por quem era suposto tê-los como aliados numa relação de confiança marcada pela lealdade mútua.
Primeiro, o ME trocou-lhes as voltas com a imposição de mais fusões de agrupamentos, obrigando ao desmantelamento de equipas directivas.
Depois, as ameaças constantes de processos disciplinares na sequência de supostas irregularidades na celebração de contratos de bens e serviços.
Mais recentemente, circulares contraditórias sobre atribuição de culpas de reposicionamentos errados na carreira e progressões ilegais.
E o ano termina com uma brutal redução dos suplementos remuneratórios de directores, sub-directores e adjuntos dos agrupamentos de escolas de pequena e média dimensão.
A agravar a situação, uma redução no número de adjuntos, de assessores e de créditos horários.
A prenda de Natal chegou sob a forma de ofício da DGRHE e do GGF a exigir novas mexidas nos horários de professores em consequência de o trabalho nocturno passar a ser considerado apenas depois das 22:00.
No dia-a-dia, telefonemas constantes de carácter intimidatório feitos pelas direcções regionais de educação.
No horizonte próximo, nova onda de fusões de agrupamentos em direcção ao alvo pretendido pelo ME: criar unidades de gestão gigantescas com mais de três mil alunos, com ambientes escolares marcados pela despersonalização e burocracia.
Uma pessoa olha para todos estes desmandos e só pode concluir: os directores são vítimas de assédio moral
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