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domingo, 27 de setembro de 2015

Entrar na política não é tarefa fácil para qualquer grupo de normais cidadãos


Lemos com toda a atenção a exposição do comentarista (ler: "DOS LEITORES: "Tenho fé que isto vai"") que discorda da atuação do Dr. Marinho e Pinto enquanto Deputado do Parlamento Europeu eleito pelo MPT - Partido da Terra. Diz o comentarista: "Quase anualmente a esquerda que está no parlamento europeu tem apresentado propostas para redução dos salários e das regalias dos deputados, assim como para redução das despesas do próprio parlamento. Essas propostas têm sido sempre recusadas por uma maioria de direita, inclusivamente pelo grupo dos liberais onde se integrou o Marinho e Pinto."
O comentarista faz outras afirmações tais como: "Há menos de um ano (2014), na sessão do Parlamento Europeu em que, por proposta da esquerda unitária, foram votadas as emendas de redução dos salários dos deputados europeus e das ajudas de custo, Marinho Pinto, que considerou “vergonhosos” estes salários, FALTOU a esta sessão como já tinha faltado a outras, SEM NUNCA ABDICAR do seu próprio salário “vergonhoso”. Pelo menos, o seu antigo companheiro de partido (MPT) foi mais honesto, esteve lá e participou na votação!"
É naturalmente a opinião política do comentarista que, valerá o que vale, como é evidente. O Dr. Marinho e Pinto como brilhante causídico e homem sério que é dispensará certamente a sua defesa por terceiros ou "subalternos" como diz o comentarista. Daí não adiantarmos muito mais conversa, apesar de estarmos cientes de que essas razões foram em devido tempo explanadas pelo próprio, não temos dúvida de que o Dr. Marinho e Pinto, logo que possível explicará mais uma vez em pormenor para os que não perceberam, toda a verdade desta história ligada ao MPT, Bruxelas, formação do PDR, penduras, seitas, oportunistas etc. etc. O senhor comentarista terá ideia do tempo despendido e esforço que é necessário para criar um novo Partido com toda a sua estrutura legal? Terá ideia das barreiras impostas a quem quer penetrar no tal círculo instituído por quem tem medo da concorrência de mais partidos ao seu redor? Convenhamos que cavar na vinha e no bacelo ao mesmo tempo é uma coisa complicada. Veja-se o caso dos independentes do TPA que para concorrerem em Alpiarça tiveram de aceitar o apoio do PSD/MPT. É claro que o interesse foi das três partes envolvidas mas, lá está, entrar na política não é tarefa fácil para qualquer grupo de normais cidadãos. O sistema está assim montado por quem vive da política e ponto final.
Para terminar e já que o senhor comentarista tem tantos conhecimentos e dados à mão, particularmente gostaríamos de saber porquê o alto empenho e interesse dos partidos em reduzir esses salários e despesas do Parlamento Europeu (que o Dr. Marinho e Pinto também acha um exagero vergonhoso) e, em Portugal esses partidos não se importarem com o que se gasta no nosso Parlamento, em ordenados, aumentos dos deputados, em despesas de deslocação, representação, rendas de casa, mordomias de vice-reis, refeições de lagosta e caviar, automóveis de alta gama com motorista particular e tantas outras alcavalas que poucos saberão para onde vão. Em que há bem pouco tempo foram aprovados mais uns quantos milhões para gastar à tripa forra enquanto muitos portugueses sem trabalho, sem reforma, sem subsídios, sobrevivem à custa da caridade alheia. E o facto de haver deputados no Parlamento, principalmente engenheiros e advogados, que de dia defendem o Estado e à noite defendem os interesses das grandes empresas privadas que trabalham para o Estado, não o preocupa senhor comentarista? Isto quando não estão a defender os patrões privados à hora do patrão Estado, conforme já alguém afirmou. E o que dizer daqueles partidos que advogam que os que mais ganham é que devem pagar a crise e, depois defendem que os ordenados de 5000.00€ mensais dos Juízes jubilados não devem sofrer cortes? Assim, o cidadão comum nunca irá entender o que vai na cabeça de um político, não acha? Nós remataríamos: que os políticos tenham a coragem e humildade de não nos enganar no nosso próprio Parlamento ou onde quer que se encontrem, levando vidas abusivamente faustosas enquanto no País temos famílias a passar fome, sem saber como sustentar os filhos, sem saber como cuidar dos seus velhos! Esta é que deve ser, em nossa opinião, a principal preocupação de todos nós.


4 comentários:

Anónimo disse...

Sem pretender estar a favor deste ou daquele, de facto às vezes falamos sobre certos assuntos tendo em conta o nosso ângulo de visão, perspetiva ideológica ou política. Só que existe sempre o outro lado que não enxergamos. O caso aqui trazido merece essa ponderação. De qualquer modo, um texto um pouco extenso mas que se lê num fôlego e que deixa bem vincada a posição dos dois intervenientes.

Anónimo disse...

Escreve um comentador: “É evidente e por demais sabido que apregoa-se uma coisa e pratica-se outra. Isto é válido para os partidos com assento na AR e os outros que são apenas diferentes enquanto não conseguirem lá sentar o rabinho. “

Dado que isso não é uma verdade geral, pois que cada um fale por si e com factos que comprovem o que diz…

Um exemplo:

Sobre as subvenções vitalícias a ex-titulares de cargos políticos em Portugal:

“(…) a aprovação pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças da medida que retirava a suspensão das subvenções vitalícias a ex-titulares de cargos políticos com rendimentos superiores a 2.000 euros.”

“Foram os deputados Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS), que combinaram tudo, com conhecimento das respetivas direções. Passos sabia, enquanto no PS pelo menos Ferro Rodrigues foi também informado.”

“A proposta iria a votação a pedido do Bloco de Esquerda, que quis aproveitar as divisões nas bancadas para travar a proposta. Esta acabou por cair antes mesmo de ser votada.” Esta notícia pode ser vista no jornal “O Observador” de 21/11/2015.

Pelos vistos, há deputados que não faltam às sessões em momentos críticos e defendem aquilo por que dizem lutar!

Anónimo disse...

Escreve um comentador: “É evidente e por demais sabido que apregoa-se uma coisa e pratica-se outra. Isto é válido para os partidos com assento na AR e os outros que são apenas diferentes enquanto não conseguirem lá sentar o rabinho. “

Dado que isso não é uma verdade geral, pois que cada um fale por si e com factos que comprovem o que diz…

Um exemplo contra as “mordomias”:

Sobre as subvenções vitalícias a ex-titulares de cargos políticos em Portugal:
“(…) a aprovação pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças da medida que retirava a suspensão das subvenções vitalícias a ex-titulares de cargos políticos com rendimentos superiores a 2.000 euros.”
“Foram os deputados Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS), que combinaram tudo, com conhecimento das respetivas direções. Passos sabia, enquanto no PS pelo menos Ferro Rodrigues foi também informado.”
“A proposta iria a votação a pedido do Bloco de Esquerda, que quis aproveitar as divisões nas bancadas para travar a proposta. Esta acabou por cair antes mesmo de ser votada.” Esta notícia pode ser vista no jornal “O Observador” de 21/11/2015.

Um exemplo em defesa dos trabalhadores:

“TC chumba alterações aos despedimentos e cortes no descanso compensatório - Juízes do Constitucional dizem que as normas chumbadas violam a proibição de despedimento sem justa causa e o direito à contratação colectiva.”
“O acórdão, com data de 20 de Setembro e cujo relator foi Pedro Machete, resulta de um pedido de fiscalização sucessiva enviado no ano passado ao TC pelos grupos parlamentares do PCP, Bloco de Esquerda e Verdes”. Esta notícia pode ser vista no jornal “Público” de 26/09/2013.

Pelos vistos, há deputados que não faltam às sessões em momentos críticos e defendem aquilo por que dizem lutar!

Anónimo disse...

E redução do número de deputados para o que a Constituição estipula como mínimo? O que diz a dita esquerda? Ahhh a paridade eleitoral não é mantida.Nisso até os clubes de futebol conseguem estar à frente dos partidos ao atribuirem agregações de votos a alguns sócios.
O que impede os partidos de terem deputados que representam X número de votos?
O problema é que esquerdas e direitas são gémeas a mamar na têta do Estado. No discurso dizem uma coisa e na prática fazem outra.
Que fique claro uma coisa. Quanto maior for o Estado mais os cidadãos e a sociedade terá de contribuir. Quando uma câmara pequena como Alpiarça tem um número elevado de funcionários per cvapita em relação à população, menos será feito em prol dos cidadãos.
O resto é tudo conversa da treta. A economia não é tudo, mas sem dinheiro nada se pode fazer.
Quem souber de outra fórmula, que o diga ...