Em 2016, os senhorios vão poder aumentar as rendas, mas este aumento vai ser mais teórico do que real, tendo em conta que a taxa de inflação média (sem o efeito da habitação) em agosto foi de 0,16%, segundo revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística. Numa renda de 500 euros, a subida possível fica, assim, limitada a 80 cêntimos. "Não dá sequer para o selo e registo da carta", ironiza o presidente da Associação Nacional de Proprietários, António Frias Marques.
Depois do congelamento em 2015, as rendas vão praticamente manter-se inalteradas em 2016. O coeficiente que determina o valor das rendas será publicado até ao final de outubro, mas a variação dos preços no consumidor que lhe serve de referência indica que a subida será marginal. As associações de proprietários reagiram em tom crítico, e sublinham que, num mercado de arrendamento liberalizado e em tempos de baixa inflação, este coeficiente de atualização deixou de fazer sentido. "Devia ser o mercado a determinar as atualizações", acentua Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), lembrando que os custos com água e luz aumentaram.
Também para a ANP a fórmula está desatualizada. "Estes coeficientes foram inventados em 1986, mas já não fazem sentido. As rendas estão liberalizadas, acompanham o mercado e aquilo que as pessoas podem pagar", precisa. Perante a margem de aumento possível para 2016 (16 cêntimos por cada 100 euros de renda), António Frias Marques não tem dúvidas em aconselhar "todos os proprietários a não fazerem qualquer alteração".
«DV»
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