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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

EDUARDO COSTA, EXPLICA OS POSSÍVEIS ‘AUMENTOS PERCENTUAIS BRUTAIS NA ÁGUA PARA 2014’

Eduardo Costa
 Eduardo Costa disponibilizou-se para aceitar o convite que este jornal lhe endereçou para que explicasse num simples  ‘resumo’ aos leitores os aumentos que vão cair no novo ‘Tarifário .de Água’ para 2014
E no texto abaixo publicado não deixa margens para dúvidas sobre  as possíveis consequências que poderão advir no futuro e no que toca aos consumidores e as suficientes  que   levou Mário Pereira, presidente da Câmara a convidá-lo para colaborar numa futura análise e prováveis alterações no ‘tarifário’ que deverá ser constituído por várias reuniões tal é a complexidade do aumento no próximo tarifário.

A Eduardo Costa os nossos agradecimentos.

AUMENTOS PERCENTUAIS BRUTAIS NA ÁGUA PARA 2014

Tendo sido convidado pelo JA para elaborar este apontamento de notícia, em resultado da minha intervenção sobre a matéria na AssMunAlp da passada 6ªf dia 29Nov, com a finalidade de elucidar os leitores de forma isenta e sem conotações politicas; não poderia deixar de aceitar o desafio, mesmo correndo o risco de maleficamente o assunto poder ser politiqueiramente usado, à revelia dos superiores interesses dos alpiarcenses.
Com efeito, não posso deixar de me sentir incomodado, por um comentário anónimo recente exarado no JA, onde se afirmava que eu teria dado “um baile” ao Sr. Presidente da CMA, quando, perante os argumentos técnicos que apresentei, depois de um estudo prévio que realizei; ele apenas ter assumido a ELEVAÇÃO de carácter e a IDONEIDADE política de considerar que naquele momento não estava em condições de aprofundar a matéria, mas manifestando a ABERTURA de disponibilidade para o fazer, convidando-me para colaborar, o que muito me honrou e que conto realizar no decurso da presente semana, conforme entretanto agendado. Será que não estamos já fartos dos políticos-papagaios que falam de tudo, mesmo do que não sabem?
Como forma de mitigar o argumento político de que esta matéria supra-partidária dos aumentos, visaria encapotadamente, criar-se dificuldades financeiras às “Águas do Ribatejo” (adiante designadas apenas por AR), no sentido de posteriormente se promover a sua privatização; parti de 2 pressupostos para melhor fundamentar a legitimidade dos meus argumentos:
As AR apresentam actualmente uma sólida situação financeira de largas centenas de milhões de euros;
A inflação oficial do INE de 2012 foi de 2,7% e a prevista para 2013 é de 1,6%, muito inferior aos aumentos previstos.
Fugindo à superficialidade da abordagem politica, onde de um lado do leque político-partidário local, se fala de aumentos brutais até 40% e, de outro, de aumentos de apenas alguns cêntimos; demonstrei objectivamente com números exactos, comparados da minha actual factura, com o novo preçário para 2014; quais os aumentos reais que se irão verificar na Tarifa Doméstica.
Assim, passo a descriminar os aumentos que se verificarão, malgrado as AR dizerem que serão apenas de 4,6%, como mais adiante desmascararei:
- Tarifa Variável da Água (1º, 2º e 3º Escalões de consumo): 4,6%
- Tarifa Fixa da Agua (contador com 20mm de calibre): 6%
- Tarifa Variável de Saneamento (1º, 2º e 3º Escalões de consumo): 21%
- Tarifa Fixa de Saneamento (contador com calibre de 20mm): 6%
Sobre a Taxa de Recursos Hídricos (TRH), verifica-se que, à revelia do artº 17º do DL 97/08, segundo o qual, as actualizações devem ser em função do índice de preços ao consumidor do INE; a TRH/Água mantêm-se inalterada, enquanto a TRH/Saneamento incompreensivelmente sofrerá um aumento ilegal de 75%.
Abordei depois na Assembleia, o absurdo da metodologia de revisão anual dos tarifários das AR no período de 2013-2017, referindo que a Tarifa Nova, seria maior ou igual à Tarifa Actual afectada de um factor multiplicativo, designado de “Índice de Actualização”(IA). Tendo esclarecido que este IA, resulta do somatório da “Variação do Índice de Harmonização de Preços no Consumidor” (ligeiramente inferior à Inflação para 2013: 1,6%), com o “Índice de Evolução Real (?) dos Preços de Abastecimento”.
Ora afigura-se um manifesto exercício de imbecilidade económico-financeira, as AR apresentarem projecções a 5 anos (2013/2017) da evolução real (?) de preços, quando o próprio MinFin não possui esses dados macroeconómicos, para o fazer a 6 meses sequer. Mais! Jamais as AR poderão por exemplo, justificar com um mínimo de rigor científico, a evolução desse índice real (?) de evolução dos preços de saneamento, que no triénio de 2015-2016-2017 (por exemplo), considera a seguinte evolução real (?) dos preços: 10%-0%-20%, rspectivamente, conforme poderão confirmar pelo seguinte quadro:
Evol. Real de Preços (?)
2013
2014
2015
2016
2017
Abastecimento
0%
5%
0%
0%
0%
Saneamento
0%
5%
10%
0%
20%
Permitam-me a ironia, mas caso eu esteja enganado, será razão para se propor as AR para o Prémio Nobel da Economia 2014.
Referi depois a hipocrisia social das AR, ao considerarem que o aumento de 6,6% do tarifário, resultante do somatório da Inflação de 1,6% com o tal índice de 5% (para 2014), sendo socialmente injusto, seria diminuído de 2%, passando para 4,6% (que já antes desmascarei ser falso), mas que essa diferença de 2% seria descontada nas rendas que as AR pagam (?) à Câmara de Alpiarça. Será caso para nos interrogarmos, se estamos perante uma “TRIOKA” intermunicipal liderada pelas AR?
Afigura-se também socialmente hipócrita, as AR afirmarem que as famílias mais desfavorecidas, com rendimentos até ao “Ordenado Mínimo Nacional” (OMN), terão tarifário social reduzido em 100% no 1º Escalão de Consumo e em 50% no 2º Escalão; não só por esse “benefício” já não se aplicar a quem tenha um cêntimo de rendimento acima do OMN, como também, por estas tarifas sociais, se aplicarem apenas às tarifas fixas de água e saneamento, que não representam mais de 20% do total que pagamos.
E foi assim que as AR impuseram estes tarifários nestas condições a TODOS os municípios que integram esta empresa intermunicipal e que, subservientemente, TODOS eles, incluindo a CMA, os terem ratificado, manifestamente à revelia dos superiores interesses dos seus munícipes e sem antes questionarem as AR sobre estas matérias.
Espero que ainda se vá a tempo de se corrigir estes absurdos tarifários, mas estou séptico, porquanto, seria necessário uma MOBILIZAÇÃO popular em todos os municípios atingidos, os quais nem sonham (assim como os seus munícipes) o que se está passando.

Eduardo Costa

10 comentários:

Anónimo disse...

Se esta avaliação como tudo indica esteja correta de quem é a responsabilidade da aprovação do referido aumento das Aguas do Ribatejo,e na reunião de Câmara de Alpiarça?
Se não tem competência para dominar determinadas matérias para que serve os advogados da Câmara Municipal?
Se não tem aparecido o Sr. Eduardo Costa a desmascarar este aumento de alguns "cêntimos", posição defendida pelo presidente da Câmara, como seria?
Talvez o demagogo seja o vereador que votou contra?!

Anónimo disse...

Dou a mão à palmatória. Afinal Francisco Cunha tinha razão quando disse que ia haver aumentos de 40%.
Apenas se ‘enganou’ (para azar de nós) que não são de 40% mas de 75%
Obrigado Sr. Eduardo Costa, mesmo não tendo o prazer de o conhecer pessoalmente agradeço-lhe em nome pessoal e de muitos alpiarcenses, especialmente os que vivem em dificuldades, pelo brilhante esclarecimento que nos deu.
Bem haja Eduardo e continue a defender os mais fracos e os ignorante que nada percebem de leis mas que agora ficamos a saber a quem estamos entregues

Anónimo disse...

O vereador do contra está bem assessorado, e em tão pouco tempo começa a ter razão em demasiadas coisas.
Se o ouvissem mais em vez do tentarem silenciar, teriam mais a ganhar do que a perder.
Infelizmente a partidarite sobrepõe-se à razão e os alpiarcenses é que sofrem.

Anónimo disse...

Não era de pressupor que o Presidente da Câmara, antes de ir para uma reunião sobre um assunto que não domina procurasse preparar-se, nomeadamente através de pedidos de informação aos técnicos que tem aos seu dispor? Claro que com o seu gabinete de apoio não pode contar, porque são completamente leigos na maioria das matérias. Será que o professor Mário Pereira também ia para as suas aulas sem as preparar? É que se isso é grave num professor que, apesar de tudo, deve dominar a matéria que ensina, ainda mais grave é num presidente de câmara do qual dependem milhares de munícipes. Se não tem competência, há uma coisa a fazer - arrumar a secretária e rumar a outro ofício.

Anónimo disse...

BOM TRABALHO POLITICO, mas, há sempre um mas, desculpem eu só acredito neste escandaloso aumento de 40% ou nos 75% quando receber a factura e juro que nem que esteja só irei para as portas da camara com cartazes a chamar a quem assinou um contrato destes LADRÕES.Gostaria de aqui ler um comentário a este post dos responsáveis por este aumento, se é que este BENFEITOR existe

Anónimo disse...

Razão tinha o vereador Francisco Cunha mas ninguém lhe ligou e até o presidente lhe chamou de demagogo.
Ora aqui está a demagogia que agora vamos todos pagar e de que maneira
Se Mário Pereira tivesse delegado poderes ao vereador do TPA para resolver este assunto talvez não tivéssemos agora aumentos na ordem dos 75%.
Nas próximas eleições temos que votar no FC que é o único que defende os nossos interesses

Anónimo disse...

Não é só Alpiarça que está a ser confrontada com este terrível e escandaloso aumento de um bem que sai da terra gratuito e a maior parte perde-se no mar. E culpar os eleitos por votarem contra ou a favor é sim demagogia e politiqisse politica...porque os culpados são todos aqueles que votaram na eleição do poder central e não só destes, são culpados também aqueles que se abstém e os que ficam em casa dormindo enquanto 10% vão se manifestar em frente à Assembleia da Republica e vocês o que tem feito para combaterem estes aumentos? Criticarem no anonimato o poder local, é só o que sabem fazer. Assim que vier a primeira factura com o respectivo aumento quem está disponível para mostrar a cara em Frente à Câmara?

Anónimo disse...

Quero felicitar o cidadão Eduardo Costa pela sua coragem ao desmontar o puzzle dos novos tarifários da Águas do Ribatejo, ratificado por quase todas as câmaras do consórcio nas quais se encontram a Câmara Municipal de Alpiarça e que vai inequivocamente contra os consumidores.
Ao mesmo tempo, quero dizer ao Jornal Alpiarcense que está de parabéns por ter aqui uma equipa de colaboradores com uma consciência de cidadania pouco vulgar nos dias de hoje que, com alguma antecedência e insistência terão desmontado e provado por números e outros meios complementares a "farsa das boas intenções" que se escondia por detrás das "Tarifas Sociais" praticadas por esta empresa.
Como ficou escrito neste jornal, o presidente da câmara municipal de Alpiarça defende e afirma que toda esta celeuma é pura "demagogia" e uma manobra para derrubar esta empresa pública em favor de uma empresa privada. Defende ainda o presidente que estes aumentos são vitais para a sustentabilidade da empresa Águas do Ribatejo.
Pelos vistos não é bem assim e, os cidadãos têm alguma razão nos seus protestos.
Bem escreveu o colaborador deste jornal "Almeirante" que colocou inicialmente a questão das "Tarifas Sociais" da Águas do Ribatejo como um logro para com os consumidores carenciados (que terá precipitado os esclarecimentos públicos do presidente Mário Pereira com algumas imprecisões) que o assunto ainda ia fazer correr muita tinta.
De facto, é o que está a acontecer e, como se costuma dizer:” É da discussão que nasce a luz”.
Parabéns a todos.

Leitor atento

Anónimo disse...

Quando receber a factura para pagar no mês de Janeiro, espero que os DEFENSORES DO CONSUMIDOR estejam do lado dos explorados

Anónimo disse...

Não conheço pessoalmente o senhor Eduardo Costa nem sei se é ele ou o presidente da câmara que tem razão nestas contas da água mas, curiosamente, quando hoje conversávamos sobre o que se passou na assembleia municipal da sexta-feira passada, alguém contava ter conhecido o tenente-coronel Eduardo Costa há uns anos numa situação em que este foi seu defensor por causa de umas coisas complicadas de que foi injustamente acusado juntamente com mais alguns colegas militares numa unidade do distrito de Santarém. No final, saíram todos absolvidos porque foram brilhantemente defendidos por este oficial. Já no fim da conversa dizia o nosso amigo: " De uma coisa podem ter a certeza, se "ele" estudou isso e deu a cara publicamente, o erro dos seus cálculos poderá ser apenas de alguns milímetros! Podem acreditar".
Vamos esperar então pelo final das contas.