O PCP afirmou ontem que o discurso do primeiro-ministro no Pontal procurou justificar o injustificável e instou os portugueses a lutarem contra a prossecução de políticas que classifica de "injustas e penalizadoras".
Fernanda Mateus, da Comissão Política do PCP, considerou, em declarações aos jornalistas em Lisboa, que o discurso de Passos Coelho, na sexta-feira à noite, na festa do Pontal, no Algarve, é "inaceitável" e "procura justificar" o "injustificável" ao afirmar que valeu a pena em dois anos ter aumentado o desemprego, num quadro de imposição de sacrifícios brutais à população.
O Partido Comunista rejeitou também a "linha de resignação" que Passos Coelho procurou veicular aos portugueses, "num discurso patético e de afronta" a desempregados, reformados e pensionistas, e segundo o qual "vai valer a pena a obsessão" pelo prosseguimento de uma política assente em mais cortes e mais desempregados.
Por isso, o PCP instou à continuação da luta contra as medidas do Governo e o caminho de resignação apontado pelo primeiro-ministro.
"Bem pode o primeiro-ministro fazer chantagem, mas o caminho tem de ser de luta porque elas [as medidas] são injustas e altamente penalizadoras dos trabalhadores e portanto tem que se continuar o caminho de luta, independentemente dos argumentos que o primeiro-ministro e o Governo adoptem", afirmou a comunista.
Quanto às declarações de Passos Coelho relativas ao Tribunal Constitucional, Fernanda Mateus considerou que "há claramente a confirmação de um Governo e de um primeiro-ministro, que continua a actuar à margem da lei e da Constituição".
Pedro Passos Coelho reconheceu a existência do risco do chumbo de algumas medidas pelo tribunal e considerou que, a acontecer, tal poderá pôr em causa alguns resultados e fazer "andar para trás".
Lusa/SOL
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