“No seio do PCP houve uma sucessão de traições”
O Partido Comunista Português pode e deve desenvolver todos os esforços no sentido de aclarar pelo menos estes dois casos, abrindo os seus arquivos sem quaisquer restrições a investigadores independentes;
Foi afirmado que Manuel Vital foi assassinado por uma camarada alpiarcense, afirmação esta publicada em artigo proprio num jornal diário e nunca desmentida até aos dias correntes.
“No seio do PCP houve uma sucessão de traições”
O período em que passa à clandestinidade é dos mais críticos da história do PCP, ameaçado quase de desaparição por uma sucessão de traições e pela acção eficaz da PIDE. Falcão, com o pseudónimo de “Artur”, foi tomar conta de organizações em situação crítica no Alto e Baixo Alentejo. Substituindo Manuel Vital /”Teixeira”, assassinado pelo partido, e posteriormente Agostinho Saboga /”Jaime”, trabalhou numa zona muito afectada por prisões e traições. Um ano depois de passar à clandestinidade, foi vítima de uma traição e preso com a sua mulher Maria Beatriz Rodrigues, e um filho com três anos. Foi preso pela mais eficaz e brutal brigada da PIDE na perseguição ao PCP, que incluía José Gonçalves e Fernando Gouveia, e que estava envolvida na investigação do assassinato de Manuel Vital. Gouveia acusou-o imediatamente de ser responsável pelo assassinato de Vital. Após um período inicial em que Falcão não foi maltratado, a PIDE iria tortura-lo com mais violência do que era habitual. Foi espancado e colocado várias vezes de cabeça para baixo, provocando desmaios. Estas violências tem certamente a ver com a convicção da polícia de que Falcão, tendo substituído Vital, deveria conhecer as circunstâncias em que este fora morto. Severiano Falcão não prestou quaisquer declarações.(http://estudossobrecomunismo.weblog.com.pt/arquivo/2004_05.php )
* Mistério em Alpiarça
Na semana passada, referi-me à biografia de Álvaro Cunhal, da autoria de Pacheco Pereira.
Na obra, é relatado um misterioso crime de que foi vítima o alpiarcense Manuel Lopes Vital.
A 19 de Novembro de 1950, o “Diário de Lisboa” titulava: “Achado dum cadáver em condições misteriosas”.
O corpo tinha sido encontrado em Alcochete e jazia ao lado da bicicleta em que se fazia transportar. Apresentava sinais de dois tiros nas costas, um na cabeça e outro numa das mãos. O alvo mantinha o seu relógio de pulso, um relógio de algibeira e algum dinheiro.
Vital era militante do PCP. Em 1945, havia passado à clandestinidade. Tinha responsabilidades partidárias, mantendo algumas casas onde ficavam alojados camaradas seus, procurados pela polícia política.
Cinco anos depois, os dirigentes partidários concluíram que ele desviava dinheiro pertencente à organização e que se tinha apropriado de bens do partido.
Por isso, deixou de ser funcionário e foi obrigado a deixar a sua condição de clandestino. Propuseram-lhe um determinado emprego, que ele recusou.
Todavia, pouco depois, Manuel Vital encontrava-se numa situação de desespero. Pedia emprego a toda a gente e solicitava dinheiro a quem conhecia.
Quer a Polícia Judiciária quer a PIDE pareciam acreditar que a vítima fora morta por correleginários do seu próprio partido.
À primeira vista, tal não faria muito sentido.
A doutrina marxista-leninista é avessa ao terrorismo e condena os assassinatos políticos.
Diferente foi, depois, a prática do Gulag e da política stalinista de extermínio.
Não há, efectivamente, casos de homicídios contra militantes supostamente traidores, como medida de vingança, na história do PCP.
Essas situações surgiram, sim, após o 25 de Abril de 1974, no seio de agrupamentos terroristas de extrema-esquerda, como as FP-25 e o PRP-BR.
Mas o caso de Manuel Vital é muito especial.
Em grande aflição, após tentar, sem êxito, encontrar trabalho e arranjar dinheiro, Vital fez chegar uma carta ao Comité Local de Alpiarça. Lembrava que sabia muito sobre o partido e salientava precisar de ajuda.
Quem quer que o tivesse assassinado, terá tido em mente terminar com o perigo de ele efectuar denúncias à PIDE.
É bem provável que ele tenha sido morto por um comunista. De resto, os documentos de Vital foram encontrados na posse de Alcino Ferreira, controleiro do partido.
A PIDE tendia a pensar que o assassino fora Mário Mesquita, que integrava o Comité Central. O Ministério Público inclinava-se para considerar que o crime tinha sido praticado por um funcionário partidário, de nome Joaquim Rafael.
Todavia, nunca foi feita prova relativamente ao responsável pelo assassinato.
Autor: Juiz (hjfraguas@hotmail.com)
* Fonte: O Mirante
Mistério em Alpiarça *
Uma das coisas que a internet tem, e que a torna fascinante, è o facto de ao pesquisarmos sobre um determinado assunto irmos encontrar outros totalmente diferentes e que nos deixam por vezes de queixo caído.
Aconteceu comigo ao entrar em www.sapo.pt e procurar informações sobre previsão metereológica para Alpiarça encontrei no blogue http://fraguasonline.blogspot.com/2007/05/mistrio-em-alpiara.html um post referenciando um mistério em Alpiarça.
Ainda pensei tratar-se da morte do tenente, um episódio da história da vila tão badalado que até por cá até existe um dito popular, com ele relacionado, para caracterizar o que toda gente já sabe que reza o seguinte: è mais falado que a morte do tenente.
Mas não, tratava-se da morte em circunstâncias ainda hoje misteriosas do militante comunista Manuel Lopes Vital e cujo corpo foi encontrado baleado perto de Alcochete.
Até aqui tudo pacífico até porque eu sempre tinha ouvido dizer, e aceite como verdade, à propaganda oficial do Partido Comunista Português que o referido militante tinha sido assassinado pelos pelos esbirros da sinistra policia politica do regime fascista: a PIDE.
O que eu não sabia contudo era que o Manuel Vital, com cujo nome a Concelhia de Alpiarça do PCP enche a boca em determinadas ocasiões, tinha sido dado como ladrão cinco anos após ter entrado na clandestinidade, tendo nessa altura adoptado o nome de Teixeira, e ter como se diz no blogue” deixado de ser funcionário e foi obrigado a deixar a sua condição de clandestino”, ficando numa situação de desespero solicitando emprego a toda a gente, quando curiosamente tinha recusado um emprego que o Partido lhe tinha oferecido, e também dinheiro aos conhecidos.
A PIDE atribuiu esta morte ao partido, facto desde logo desmentido até porque a prática do Partido Comunista Português nessa época não compaginava a eliminação de física de militantes.
Mas e citando de novo o blogue ” mas o caso de Manuel Vital era muito especial,em grande aflição, após tentar, sem êxito, encontrar trabalho e arranjar dinheiro, Vital fez chegar uma carta ao Comité Local de Alpiarça. Lembrava que sabia muito sobre o partido e salientava precisar de ajuda.Quem quer que o tivesse assassinado, terá tido em mente terminar com o perigo de ele efectuar denúncias à PIDE.É bem provável que ele tenha sido morto por um comunista. De resto, os documentos de Vital foram encontrados na posse de Alcino Ferreira, controleiro do partido.
Quem matou realmente o Manuel Vital? A PIDE? O Partido ao arrepio da doutrina Marxista/Leninista à época seguida como cartilha ideológica? Quantos mais militantes comunistas tiveram o mesmo fim sem que para isso haja ainda hoje uma explicação plausível? Porque foi o Manuel Colhe expulso do partido ao qual deu o melhor da sua vida?
São perguntas para as quais ainda não se encontraram respostas de fonte independente, são perguntas às quais se torna urgente responder até porque nos casos do Manuel Vital e do Manuel Colhe está envolvido o passado de dois Alpiarcenses que não pode estar envolto numa neblina de suspeição.
O Partido Comunista Português pode e deve desenvolver todos os esforços no sentido de aclarar pelo menos estes dois casos, abrindo os seus arquivos sem quaisquer restrições a investigadores independentes, até porque è como diz o outro quem não deve não teme, publicitando de seguida as suas conclusões.
Alpiarça parece condenada a ser terra de mistérios insolúveis, primeiro a morte do tenente, depois a morte do filho de José Relvas, Carlos Relvas, e por ultimo a morte de Manuel Lopes Vital, pois se para os dois primeiros casos já nada pode ser feito para se apurar a verdade o terceiro pode e deve ser desvendado, doa a quem doer, a família do Manuel Vital, e a opinião publica alpiarcense agradeceriam tenho a certeza
• Texto de autoria de “Gendaff”
* SUBSÍDIOS PARA COMPREENDER A MORTE DE MANUEL VITAL
Subsídios para compreender a morte de Manuel Vital Para satisfazer a curiosidade de alguns leitores do Jornal Alpiarcense acerca da morte misteriosa do nosso conterrâneo Manuel Vital, encontrámos, depois de alguma pesquisa na Net, no site: “Estudos sobre o Comunismo”, algumas referências a Manuel Vital. É nossa intenção apenas contribuir com alguma luz para o esclarecimento da veracidade dos factos. Naturalmente que estas ténues referências não são suficientes para compreender o que sucedeu a Manuel Vital ou o que deu origem à sua morte. No entanto, será uma pequena contribuição para essa investigação. A organização do Partido Comunista Português, terá certamente respostas mais valiosas e fidedignas para dar acerca deste caso. Assim o queira fazer. “Alhandra, 1/3/1923 – 5/5/2004) Severiano Pedro Falcão, que tinha a alcunha de “Espanhol”, era filho de um “trabalhador sem profissão”, e de uma “operária têxtil”, que descreveu como “pessoas sérias” embora desinteressadas da política. Seus irmãos, pelo contrário, já tinham interesse pela política. Frequentou a escola primária e começou a trabalhar muito cedo numa oficina, cujo patrão era simpatizante dos republicanos espanhóis. Foi mudando de oficina e ofício em função das dificuldades. A sua profissão oficial era de carpinteiro, mas sempre se considerou marceneiro. Jovem nos meios operários de Alhandra foi desportista e músico amador,– tocava clarinete na Sociedade Euterpe - , participou em actividades animadas por Soeiro Pereira Gomes. Foi recrutado para as Juventudes Comunistas em 1942 e permaneceu nessa situação até 1944, altura em que entrou para um organismo partidário. Depois das greves de 8 e 9 de Maio de 1944, foi chamado ao CL de Alhandra (?) para substituir elementos que tinham sido presos. Participou em actividades sindicais mas o seu nome era vetado pela PIDE para cargos nos Sindicatos. Em 1947, passou a ser membro do CR do Ribatejo e, nessa qualidade, participou, no ano seguinte, na agitação legal e semi-legal em apoio à candidatura do General Norton de Matos para a Presidência da República. Quando morreu Soeiro Pereira Gomes, participou na organização da manifestação que se realizou quando da passagem do seu funeral em Alhandra, em 7 de Dezembro de 1949, e escreveu um texto distribuído na altura. Essas actividades colocaram-no em risco de ser preso. Passa à clandestinidade em fins de Dezembro de 1949. O período em que passa à clandestinidade é dos mais críticos da história do PCP, ameaçado quase de desaparição por uma sucessão de traições e pela acção eficaz da PIDE. Falcão, com o pseudónimo de “Artur”, foi tomar conta de organizações em situação crítica no Alto e Baixo Alentejo. Substituindo Manuel Vital /”Teixeira”, assassinado pelo partido, e posteriormente Agostinho Saboga /”Jaime”, trabalhou numa zona muito afectada por prisões e traições. Um ano depois de passar à clandestinidade, foi vítima de uma traição e preso com a sua mulher Maria Beatriz Rodrigues, e um filho com três anos, numa casa na Amora/Seixal, a 30 de Dezembro de 1950. Foi preso pela mais eficaz e brutal brigada da PIDE na perseguição ao PCP, que incluía José Gonçalves e Fernando Gouveia, e que estava envolvida na investigação do assassinato de Manuel Vital. Gouveia acusou-o imediatamente de ser responsável pelo assassinato de Vital. Após um período inicial em que Falcão não foi maltratado, a PIDE iria tortura-lo com mais violência do que era habitual. Foi espancado e colocado várias vezes de cabeça para baixo, provocando desmaios. Estas violências tem certamente a ver com a convicção da polícia de que Falcão, tendo substituído Vital, deveria conhecer as circunstâncias em que este fora morto. Severiano Falcão não prestou quaisquer declarações. Condenado, foi enviado para Peniche de onde saiu em 1956. Voltou a trabalhar, agora na construção civil, passando a dirigir obras em Lisboa. Retoma o contacto com o PCP e participa na campanha de Humberto Delgado. É preso de novo em 21 de Agosto de 1958, julgado e condenado como militante do PCP. Volta à cadeia de onde só sai em 1966. Regressa a Alhandra e vai trabalhar para uma empresa de Lisboa. Falcão era agora medidor e orçamentista e estudara na cadeia o método PERT de que era considerado especialista. Participou profissionalmente em obras da TAP no aeroporto e, à data do 25 de Abril, trabalhava na grande empresa de construção civil “Joaquim Francisco dos Santos”. Depois do 25 de Abril, Severiano Falcão foi membro do CC de 1976 a 1992, deputado na Assembleia da República, de 1976 a 1979, onde foi vice-presidente da Comissão Especial de Trabalho. Em 1979, foi eleito Presidente da Câmara Municipal de Loures, reeleito várias vezes , até que renunciou ao cargo em Novembro de 1990. O seu afastamento da Câmara, contra a sua vontade e pressionado pelo PCP, foi-lhe muito penoso, e não se coibia de manifestar a sua “insatisfação” com o modo como fora tratado. No entanto, apoiou o candidato do PCP a Loures em 1993. Fontes: F. (Severiano Pedro Falcão?), Queridos camaradas..., 1/5/54 "Artur" / Severiano Pedro Falcão, Queridos camaradas , s/d, PIDE / DGS, Processo 314/50, NT 5051 Severiano Falcão, “Depoimento sobre Soeiro Pereira Gomes”, Diário 12/4/1981 Ruben de Carvalho, “E disse-me Severiano…”, Avante!, , 29/11/1990 Público , 6/5/2004 Avante!, 6/5/2004 Tribuna de Loures”e Revista Figura Online “ Nota marginal do repórter: A própria PIDE (DGS) andaria a fazer uma investigação das causas que levaram ao assassinato de Manuel Vital (o Teixeira), sendo sua convicção de que, Severiano Pedro Falcão (o Artur ou espanhol) estaria envolvido na sua eliminação, ou conhecer as circunstâncias em que fora morto, uma vez que Falcão viria a ocupar o seu lugar nas funções do Partido
* http://noticiasdoribatejo.blogs.sapo.pt/593504.html
Resta-nos acrescentar, como nota final, que o jornal “O Diabo” publicou na década de 70 um longo artigo onde demonstrou por A+B que o assassino de Manuel Vital foi um camarada alpiarcense, notícia esta nunca desmentida
Quem foi?
Existem alpiarcenses ainda vivos que podem dizer quem foi.
A nossa missão é informar e não acusar.
1 comentário:
Um daqueles que cuja homenagem pela Liberdade foi aceite pelo PCP. Como é bem conhecido no seio do partido é facil passar de Bestial a Besta, basta para o efeito que o "bem visto" no PCP cumpra as "directrizes" dos iluminados.
Porque nao perguntam ao Manuel Colhe ao Cavaca Calarrão ao Galiza? Ou porque não indicam este caso ao Moita Flores, para que seja analisdo pelos Mediuns do programa "Depois da Vida".
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