Os combustíveis não param de subir. Só na segunda-feira, os
preços aumentaram dois cêntimos por litro, enquanto na última semana, as
cotações da gasolina e do gasóleo subiram 3,4% e 2,1%, respetivamente.
Num ano, o gasóleo passou de 1,398 euros para 1,468, a gasolina
95 aumentou de de 1,545 para 1,664 e a gasolina 98 passou de 1,609 para 1,744.
Desde 2004 os combustíveis já aumentaram mais de 75%, refletindo o preço do
crude nos mercados internacionais. (ver gráfico)
No entanto, "a relação entre o preço do crude e a escalada de
preços não é uma linha reta", explicou ao Expresso Fabian Zukeeg, economista
chefe do Centro de Política Europeia, sublinhando que os preços deverão
continuar a subir.
Segundo o especialista, o preço do crude depende de vários
fatores, como a oferta e a procura, a disponibilidade de substitutos, os custos
da tecnologia de extração e as decisões políticas.
"Às vezes, alguns dos factores podem ser mais relevantes que
outros", sublinha Fabian Zukeeg.
Também os preços nas bombas de gasolina estão dependentes de
vários fatores, segundo o economista. "Os impostos desempenham o papel
principal, mas existem também todos os custos associados desde a extração do
crude até ao consumo", acrescentou.
Governo diz não a menor carga fiscal
Também o presidente da Associação Nacional de Revendedores de
Combustíveis (ANAREC) considera que os preços dos combustíveis devem continuar a
aumentar.
"Os preços estão demasiado altos. Naturalmente, que esperamos que tal como tem vindo a acontecer os preços acompanhem a tendência do crude nos mercados internacionais", disse ao Expresso Virgílio Constantino, presidente da ANAREC.
Na segunda-feira, a ANAREC sugeriu ao Governo que o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) funcionásse como um "flutuador", com vista a equilibrar as subidas repentinas do preço dos combustíveis.
No entanto, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afastou logo essa hipótese, lembrando que no contexto de redução do défice acordado no memorando de entendimento com a troika, nada poderá levar á queda das receitas fiscais.
"Os preços estão demasiado altos. Naturalmente, que esperamos que tal como tem vindo a acontecer os preços acompanhem a tendência do crude nos mercados internacionais", disse ao Expresso Virgílio Constantino, presidente da ANAREC.
Na segunda-feira, a ANAREC sugeriu ao Governo que o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) funcionásse como um "flutuador", com vista a equilibrar as subidas repentinas do preço dos combustíveis.
No entanto, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afastou logo essa hipótese, lembrando que no contexto de redução do défice acordado no memorando de entendimento com a troika, nada poderá levar á queda das receitas fiscais.
Sector está numa situação "delicada"
São vários os fatores que explicam a subida
do preço dos combustíveis, e os portugueses vão continuar a
sentir mais no bolso cada vez que forem abastecer as viaturas.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/preco-dos-combustiveis-vai-continuar-a-subir=f713505#ixzz1ppzDATSM
"Sinceramente não vejo alternativa neste momento, se o
Governo não baixa os impostos e se a Autoridade da Concorrência (AdC) diz que
os preços são acompanhados por organismos que tutelam este sector e que não há
nenhum desalinhamento em relação ao preço", disse Virgílio
Constantino.
Segundo o responsável, o sector está a assistir a uma redução do consumo muito acentuada desde o início do ano, ameaçando fortemente as empresas.
"Registamos quebras à volta dos 10%, um valor que é muito significativo na nossa atividade, tendo em conta que as margens com que nós trabalhamos são muito diminutas. Ou seja quando decresce o consumo e as margens de revenda se mantêm sem qualquer alteração corremos aqui riscos muito delicados," acrescentou.
Questionado sobre as diferenças ao nível dos preços, o responsável reconheceu que há de facto preços que se afastam da média, mas são casos "raros".
"Os preços são fixados pelas companhias e nós reconhecemos que há alguns que são alinhados, como é o caso dos postos das auto-estradas, mas há zonas - os chamados micro-mercados - em que os preços não estão tão ajustados à concorrência", disse o responsável, lembrando os casos dos combustíveis low cost.
O PSD já pediu ao presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Manuel Sebastião para comparecer no Parlamento, com vista a explicar o que o organismo tem feito na sequência da subida dos combustíveis.
Segundo o responsável, o sector está a assistir a uma redução do consumo muito acentuada desde o início do ano, ameaçando fortemente as empresas.
"Registamos quebras à volta dos 10%, um valor que é muito significativo na nossa atividade, tendo em conta que as margens com que nós trabalhamos são muito diminutas. Ou seja quando decresce o consumo e as margens de revenda se mantêm sem qualquer alteração corremos aqui riscos muito delicados," acrescentou.
Questionado sobre as diferenças ao nível dos preços, o responsável reconheceu que há de facto preços que se afastam da média, mas são casos "raros".
"Os preços são fixados pelas companhias e nós reconhecemos que há alguns que são alinhados, como é o caso dos postos das auto-estradas, mas há zonas - os chamados micro-mercados - em que os preços não estão tão ajustados à concorrência", disse o responsável, lembrando os casos dos combustíveis low cost.
O PSD já pediu ao presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Manuel Sebastião para comparecer no Parlamento, com vista a explicar o que o organismo tem feito na sequência da subida dos combustíveis.
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