Crise? Desemprego? Falta de dinheiro? Greve geral? Questões que afligem os portugueses mas que passaram ao lado do XXXIV Congresso do PSD.
Passos Coelho lançou o lema PSD: Um Partido de Causas. A ideia era provar que o partido tem outras causas para além da consolidação orçamental mas a única coisa com que se comprometeu foi a cumprir escrupulosamente o programa de austeridade da troika.
O líder deu o mote logo no arranque do Congresso. «Temos de ter muito cuidado na forma como comunicamos». A mensagem passou e mesmo o polémico Alberto João Jardim, muito mais 'mole' do que aquilo a que nos habituou, secundou-o: «Este não é o momento para expressão de atitudes de egoísmo individual».
O PSD já não é o que era. Será culpa da intervenção externa ou os calculismos políticos falam mais alto? Se há dois anos, no congresso de Carcavelos, Passos conseguiu logo 'puxar' Aguiar-Branco para o seu lado, entregando-lhe a missão de rever o programa do partido, agora foi Paulo Rangel, também seu adversário nas directas de 2010, a subir ao palco para dizer que Passos «foi a melhor solução para o PSD e para o Governo».
Para evitar falar da crise e das duras medidas de austeridade que os portugueses «sentem na pele», como o próprio Passos reconheceu, a maioria das intervenções assestaram baterias ao PS e aos socialistas.
Menezes, mais preocupado com a sua candidatura ao Porto, desfez-se em elogios aos líder. E só discordou no ponto que mais jeito dá a Passos Coelho: «Vamos falar do passado até que a voz nos doa. Temos de denunciar o descalabro socialista».
Com tudo e todos a jogar a seu favor, o líder social-democrata conseguiu mesmo que as esperadas críticas dos autarcas do PSD, descontentes com a reforma administrativa em curso, não ensombrassem o congresso.
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