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domingo, 25 de março de 2012

Retrato de um PSD submisso


Crise? Desemprego? Falta de dinheiro? Greve geral? Questões que afligem os portugueses mas que passaram ao lado do XXXIV Congresso do PSD.
Passos Coelho lançou o lema PSD: Um Partido de Causas. A ideia era provar que o partido tem outras causas para além da consolidação orçamental mas a única coisa com que se comprometeu foi a cumprir escrupulosamente o programa de austeridade da troika.
O líder deu o mote logo no arranque do Congresso. «Temos de ter muito cuidado na forma como comunicamos». A mensagem passou e mesmo o polémico Alberto João Jardim, muito mais 'mole' do que aquilo a que nos habituou, secundou-o: «Este não é o momento para expressão de atitudes de egoísmo individual».
O PSD já não é o que era. Será culpa da intervenção externa ou os calculismos políticos falam mais alto? Se há dois anos, no congresso de Carcavelos, Passos conseguiu logo 'puxar' Aguiar-Branco para o seu lado, entregando-lhe a missão de rever o programa do partido, agora foi Paulo Rangel, também seu adversário nas directas de 2010, a subir ao palco para dizer que Passos «foi a melhor solução para o PSD e para o Governo».
Para evitar falar da crise e das duras medidas de austeridade que os portugueses «sentem na pele», como o próprio Passos reconheceu, a maioria das intervenções assestaram baterias ao PS e aos socialistas.
Menezes, mais preocupado com a sua candidatura ao Porto, desfez-se em elogios aos líder. E só discordou no ponto que mais jeito dá a Passos Coelho: «Vamos falar do passado até que a voz nos doa. Temos de denunciar o descalabro socialista».
Com tudo e todos a jogar a seu favor, o líder social-democrata conseguiu mesmo que as esperadas críticas dos autarcas do PSD, descontentes com a reforma administrativa em curso, não ensombrassem o congresso.

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