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quinta-feira, 1 de março de 2012

Não era por acaso que Alpiarça era conhecida como a "Moscovo do Ribatejo"


Confesso que gosto de trocar ideias com pessoas civilizadas.
Ao contrário do que muitas vezes é dito, o facto de ambos sermos anónimos não inviabiliza que se tenham conversas sérias.
Em relação ao 1º ponto (milhares de famílias a ficar sem casa), você conhece, eu conheço e muitos dos leitores conhecem o verdadeiro culpado da maioria destes dramas.
Chama-se «consumo desenfreado».
Há que separar famílias que sempre tiveram uma vida financeira controlada a quem um dia o desemprego ou a doença lhe bateu à porta e as outras.
Desses tenho pena e a minha total solidariedade.
As outras, estreavam carros e motos novos, faziam férias no estrangeiro, os filhos tinham tudo e mais alguma coisa, frequentavam bons restaurantes, os fins-de-semana eram sempre passados fora, e qualquer gadget que saísse eles tinham.
Quando o dinheiro faltou, venderam e hipotecaram casas e terrenos dos pais para continuarem a viver artificialmente.
Alpiarça está cheio desses últimos, e, lamento mas não tenho pena nenhuma.
As pessoas têm é de ser educadas nas suas ambições de vida e não serem dirigidas.
Essa é a sua confusão.
Quem quiser construir, que construa. Quem quiser cultivar terras, que cultive.
Quem quiser investir noutro qualquer ramo que o faça!
As pessoas têm de ser responsáveis pelos seus actos e não terem o "papá" Estado ou autarquia a resolver-lhe os problemas que ELES criaram.
Por isso, aquilo que você glorifica, eu questiono.
Evidentemente que nem todos os cidadãos são iguais...
Mas que direito tem uma pessoa que teve igualdade de oportunidades em relação a outra de beneficiar de habitações sociais?
Não é preciso ir mais longe. Quando o Estado bonificava a habitação víamos casais com rendimentos médios e porque não tinham esse regime, a comprarem casas usadas e a restaurá-las.
E víamos gente com vencimentos baixos (bonificados) a deixar de comprar casas porque não tinha parabólica, ou porque não gostava dos móveis, dos azulejos, ou ficava a mais de 500 metros do emprego. Conheço muitos!
Ser exigente com o dinheiro dos OUTROS é peditório para o qual nunca gostei de contribuir.
Sempre ouvi dizer que a cavalo dado não se lhe olha o dente.
A saída do ghetto não se prende com urbanismo. Tem a ver com a forma como Alpiarça foi gerida, no atraso cultural, sem qualquer embelezamento ou abertura ao exterior.
Não era por acaso que Alpiarça era conhecida como a Moscovo do Ribatejo. A única povoação que se assemelhava no seu isolamento era a Glória do Ribatejo.
A verdade é que após 1997, as pessoas de fora com essa ideia começaram a rarear e hoje está quase completamente esquecida.
Hoje dizer em Santarém ou Almeirim que é de Alpiarça não é motivo de comentários negativos, e a maioria reconhecem que Alpiarça está completamente diferente.
As terras têm de ser feitas para as pessoas. Concordo!
Mas as pessoas têm de contribuir com o suficiente para pagar aquilo que exigem.
Criou-se o hábito de tudo exigir, mas nada contribuir.
Todos querem ter escolas, saúde, piscinas, campos desportivos, mas de borla.
Quando chega a altura de todos pagarem, que "pague o Estado", como se essa entidade fosse uma entidade abstracta e que fabrique o dinheiro que quer.
É por isso que entendo que o principio do utilizador pagador cada vez tem de ser mais implementado.
Se o uso de uma piscina custa 10 euros, não tem de ser cobrado 1, e o resto ser comparticipado pela comunidade.
Se há dinheiro para ter depósitos a prazo de dezenas de milhares de euros, porque tem a saúde de ser gratuita?
Se há dinheiro para Jeep's e outras ostentações porque devem os filhos serem incluídos em assistência social na escola?
O problema é que isso não é um filme, isso existe na realidade e perto de nós!
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1 comentário:

Anónimo disse...

estou plenemente de acordo como que está escrito neste texto, é verdade, é ser realista, nqda mais a acrescentar. parabens ao autor.