O consumo desenfreado é condenável - ninguém deve dar passos maiores que o tamanho da própria perna. E se o fazem (e fizeram, muitos) acabam por pagar a factura. E os outros, os que incitaram a esse consumo desenfreado, prometendo paraísos na terra só para terem lucros cada vez maiores. Tão condenáveis são uns como outros. Com a diferença de que uns sabiam o que estavam a fazer (ganhar mais e mais), outros deslumbraram-se com a miragem que lhes estava a ser criada. Não continua a receber, na sua caixa de correio, publicidades a créditos fáceis para tudo o que precise?
E quanto ao papel do Estado, não podemos, para umas coisas, querer mais Estado, e para outras querer menos Estado.
O Estado não deve subsidiar actividades, que embora reconhecidamente sejam benéficas para o cidadão, não sejam imprescindíveis. E assim só teria direito a elas quem tivesse dinheiro para pagar. Mas já haverá outra perspectiva se fôr paraa cobrir os prejuizos dos bancos (BPN, etc.) Isto é mais Estado ou menos Estado, conforme as conveniências.
Eu defendo um Estado social, que dê resposta às necessidades, não só as primárias, das populações, mas ao mesmo tempo impondo e fomentando o rigor, a disciplina e a educação cívica
A igualdade de oportunidades é um conceito um bocado vago. Aparentemente, o filho de um casl de médicos e o filho de um casal de operários agricolas analfabetos, têm na escola as mesmas oportunidades. Quando digo, aparentemente, é porque efectivamente têm os mesmos direitos e as mesmas obrigações. Todavia, o meio familiar em que estão inseridos condiciona enormemente as suas possibilidades e o segundo, para obter os mesmos resultados, têm um esforço incomparávelmente superior - os pais, em muitas áreas não os podem ajudar, não têm biblioteca em casa para recolher informação, etc...etc...etc...
E aqui, o Estado (o que eu chamo de Estado Social) tem um papel a desenvolver, com custos evidentemente, que ambos não nos importaremos de suportar (com os nossos impostos.
Coisa diferente é os que vivem, voluntariamente, à conta do Estado (falsos desempregados, baixas fraudulentas, RSIs, etc.).
Mas não é possível um maior controlo sobre estas situações com o desinvestimento no papel fiscalizador do Estado. E aqui, quando se diz que há funcionários públicos a mais, eu digo que são de menos, quando não conseguem fazer a fiscalização que se impõe, e situações que todos nós conhecemos justificam.
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