Foi publicada a Portaria 1333/2010, no DR de 31 de Dezembro que define o modo como os directores, sub-directores e adjuntos são avaliados. Prenda de Natal amarga para os directores e a cereja em cima do bolo de uma cultura que coloca uma pseudo-avaliação de desempenho, toda ela marcada pelo apelo ao faz-de-conta, à subordinação dos directores aos políticos locais e aos comissários das direcções regionais da educação.
A novidade é que, pela primeira vez, sai um diploma em que se diz que foram ouvidas as duas associações representativas dos directores. Isto quer dizer que o Conselho de Escolas se tornou um órgão irrelevante, que deixou de ser necessário ao ME para enfraquecer sindicatos e dividir os professores. É, simultaneamente, um recado às direcções das duas associações de directores: portem-se bem, sejam submissos que o ME saberá protegê-los e reconhecê-los.
Toda a direcção executiva das escolas é avaliada pelo SIADAP. O mesmo se aplica aos directores dos centros de formação.
O sub-director, os adjuntos e os coordenadores de estabelecimento são avaliados pelo director.
A periodicidade da avaliação é de dois em dois anos.
Quem avalia o director, o presidente da comissão administrativa provisória e o director do centro de formação é o director regional.
A avaliação faz-se de acordo com dois parâmetros: objectivos e competências.
Que objectivos? Tendo por base os indicadores de medida em termos de eficácia, eficiência e qualidade.
Que competências? Liderança, visão estratégica, representação externa e de gestão.
Como se vê, tudo muito subjectivo, deixando aos directores regionais total discricionariedade na atribuição dos excelentes pelos directores mais zelosos, isto é, mais caninamente cumpridores das orientações e directivas socialistas. É a politização total do cargo do director.
Os objectivos são definidos tendo por base: o projecto educativo, os planos plurianuais e anuais de actividades e o projecto de intervenção da escola [sic].
Já não chegava o projecto educativo e os planos purianuais e anuais de actividades, uma espécie de lençóis com listagens de centenas de eventos que deixam os planos anuais de actividades da Sonae a grande distância, em termos de tamanho; os directores são também avaliados pelos projectos de intervenção da escola.
Por: Ramiro MarquesPara ler a Portaria basta carregar em:
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