.

.

.

.

sábado, 2 de outubro de 2010

Os assaltantes e o "velho e sabido comerciante"

"Se tivesses acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, terias ouvido as verdades que insisto em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço, mas nunca desacreditei da seriedade da plateia que sorria." –

Charlie Chaplin

Houve em tempos um grande comerciante instalado no burgo. No seu estabelecimento vendia de tudo e do melhor. Esteve sempre actualizado quanto às modernices. De tal forma que todos os anos o seu estabelecimento era assaltado.

Quando assaltavam a “loja”os marotos dos assaltantes nunca levavam coisas de pouco valor mas sim «tudo para cima das dezenas de milhares de contos».

O dito recebia a indemnização da companhia de seguros. Como isto acontecia todos os anos e da mesma forma as seguradoras começaram a recusar reembolsar o negociante daquilo que lhe roubavam até que chegou a altura de não haver companhia alguma que lhe quisesse fazer “seguros” pelo que acontecia com frequência.

Velho e sabido, o velho comerciante meteu uma acção em tribunal para que este resolvesse a situação. Assim foi. O juiz escolheu uma e a nomeada teve que aceitar.

Mas no fim do julgamento, o juiz, também velho e sabido, chamou o “amigo” comerciante para bem junto dele e perguntou-lhe junto do ouvido: «todos os anos roubam a sua “loja” e sempre da mesma forma. Não acha estranho que isto aconteça»? O comerciante ouviu, encolheu os ombros e não soube o que responder ao magistrado. Mas percebeu lindamente o “recado”

O povo tem sempre razão.

«Zangam-se as comadres descobrem-se as verdades».

Belo dia o comerciante zangou-se como um empregado, o «mais fiel e antigo da loja» e este foi despedido.

Teve o “descaramento” de exigir à entidade patronal as comissões daquilo que pela calada da noite «mudava de sitio» de forma a que no dia seguinte todos soubessem: «mais uma vez a loja de…foi assaltada por meia dúzias de meliantes» que não dão sossego ao «velho e sabido comerciante».

Moral da história: Despedido que foi o zeloso funcionário um ano depois a loja encerrou para falta de “assaltos”.

NI - Este texto é puramente fictício e é fruto da imaginação do autor pelo que não deve ser considerado como verídico ou que tivesse acontecido.

Sem comentários: