O Ministério da Agricultura autorizou a realização de um concurso público para arrendamento de 15 000 hectares de terreno no Alentejo, destinados prioritariamente a jovens agricultores, anunciou ontem, na Chamusca, o ministro António Serrano.
Falando no encerramento do seminário "O futuro e o presente do associativismo e cooperativismo em Portugal", realizado na Chamusca, pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), o ministro da Agricultura apontou esta como uma "boa iniciativa dirigida a quem quer investir na terra".
Frisando que uma das limitações para quem quer entrar no sector é exactamente o acesso à propriedade, António Serrano afirmou que as terras que estiverem na posse do Estado vão ser colocadas no mercado por esta via.
Segundo disse, estes 15 000 hectares de terreno, ainda resultantes do processo da reforma agrária, repartidos por múltiplas propriedades de pequena e média dimensão, vão ser colocados a concurso, depois de "um longo processo jurídico".
A prioridade será dada aos jovens agricultores, que terão que apresentar "um pequeno projecto, simples, em que demonstrem capacidade para serem empresários neste sector", afirmou.
António Serrano realçou o trabalho das associações do sector e a importância da organização da área comercial, saudando o aparecimento, por impulso da AJAP, da GlobalCoop, Cooperativa Agrícola Transnacional.
Firmino Cordeiro, presidente da AJAP, apresentou a GlobalCoop como resultado da "irreverência juvenil", que "não desiste, apesar da crise".
A cooperativa, que irá actuar em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa, foi apresentada por Firmino Cordeiro como "uma solução de esperança para os agricultores".
Segundo disse, além do apoio técnico, irá intervir na comercialização da produção dos seus associados e propor opções mais económicas na utilização dos factores de produção, "sempre em harmonia com as boas práticas agrícolas".
Firmino Cordeiro ficou ainda a saber que foi aprovado o projecto da GlobalCoop ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das pequenas e médias empresas e que visa a comercialização de azeite e vinho produzidos por jovens agricultores.
A aguardar aprovação está um outro projecto da AJAP para Moçambique, um projecto a quatro anos que passará pela transferência de inovação, tecnologia e mão de obra, disse.
«Lusa»