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sábado, 30 de outubro de 2010

Rosa do Céu na formação de um movimento civico em defesa do património gastronómico

Formar um movimento cívico para a defesa do património gastronómico, foi o repto lançado por José Manuel Esteves, Secretário-geral da ARHESP e aclamado por todos os participantes da Sessão Especial comemorativa do 10.º aniversário da Gastronomia como Património Cultural, celebrado o Festival Nacional de Gastronomia, que decorre em Santarém até ao próximo dia 1 de Novembro.
Uma década após a publicação da Resolução do Conselho de Ministros que consagra a Gastronomia como Património Cultural português, os vários oradores convidados para esta sessão salientaram o vasto trabalho que ainda será necessário efectuar para a consolidação cultural da Gastronomia.
A Sessão contou uma intervenção de Joaquim Rosa do Céu, Vítor Neto, Madalena Carrito, Sancho Silva, Ana Soeiro e Mário Pereira Gonçalves.
Joaquim Rosa do Céu, Presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo (TLVT) e da Direcção do Festival Nacional de Gastronomia, foi o anfitrião deste evento e fez um breve resumo das actividades levadas a cabo ao longo desta década para a promoção e qualificação da Gastronomia como património cultural. “É essencial o registo dos produtos e do receituário nacional para granjearmos as vantagens competitivas que a Gastronomia pode ter ao nível turístico e cultural”, focou o presidente da TLVT. Notou ainda que o trabalho foi interrompido mas que é essencial retomá-lo.
O presidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, salientou o trabalho desenvolvido pelas diversas entidades de turismo assim como as Confrarias Gastronómicas para a promoção da Gastronomia nacional. “A gastronomia é um saber ancestral que nos distância dos restantes e cabe aos restaurantes manter e serem os guardiões da herança gastronómica nacional.” O presidente da ARHESP salientou que o trabalho sistemático de validação e compilação do receituário nacional ficou suspenso após a extinção da Comissão Nacional de Gastronomia e destacou ainda a gastronomia como produto turístico nacional de elevado interesse.
Ana Soeiro referiu que a sociedade civil deve ter um papel preponderante na transmissão do património, em particular do património cultural gastronómico. Esta responsável, que esteve envolvida nos trabalhos iniciais da Comissão Nacional de Gastronomia e que actualmente representa a entidade cívica “Qualifica” destacou a necessidade de qualificar os produtos nacionais e consequentemente o receituário português. Ana Soeiro realçou, ainda, a recente criação da marca “É Qualificado” para qualificar os produtos que respeitem as regras proferidas pelo Projecto Qualifica. Esta marca será ainda alargada à confecção dos pratos regionais e aos próprios restaurantes que os servem.
Madalena Carrito, enquanto Presidente da Federação das Confrarias Gastronómicas, destacou a importância de se realizar uma Carta Gastronómica de Portugal e o pendor pedagógico das confrarias. Madalena Carrito notou ainda na sua intervenção o facto de se ter transposto as normas comunitárias sem se acautelar os regimes de excepção dos produtos nacionais, o que pôs em causa este património histórico.
Sancho Silva, enquanto Presidente do grupo de trabalho e da Comissão Nacional de Gastronomia, referiu que a elevação a património cultural foi o primeiro passo para conferir visibilidade à Gastronomia e às várias actividades económicas que estão interligadas. Contudo o fim dos trabalhos da Comissão levou à suspensão dos mesmos e à diminuição do estudo da gastronomia nacional. Sancho Silva destacou a importância da Gastronomia como factor de diferenciação dos destinos turísticos e o seu peso como produto turístico. A título de exemplo este responsável salientou ainda a recente petição entregue recentemente à UNESCO para a promoção da Dieta Mediterrânica como Património Cultural Mundial. Esta petição foi subscrita pela Espanha, Grécia, Itália e Marrocos.
A finalizar os trabalhos, Vítor Neto, ex-Secretário de Estado do Turismo, fez um balanço mais positivo desta década. Sublinhado que é necessário proteger e exportar a gastronomia tradicional portuguesa, Vítor Neto, salientou a importância desta comemoração e a necessidade da culinária nacional se preparar para a modernidade sem esquecer o seu cariz mais tradicional. Vítor Neto referiu ainda que o sector do turismo terá um período difícil pela frente devido ao contexto económico actual e, por este motivo, é importante reforçar os factores de diferenciação dos vários produtos turísticos, dos quais a gastronomia é um dos pontos principais
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