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domingo, 3 de outubro de 2010

Novo imposto sobre bancos vai ser repercutido nos clientes, admite Faria de Oliveira

O presidente da Caixa Geral de Depósitos considerou hoje que o imposto sobre as entidades financeiras, anunciado pelo Governo no pacote de austeridade, surge numa má altura para a banca e admitiu que o seu custo vai ser reflectido nos clientes.
“É evidente que os custos têm de ser repercutidos. Neste momento, estamos com uma taxa de juro sobre a dívida pública muito elevada e isso é uma referência, pelo que as condições de ‘funding’ [obter fundos] sobre as instituições estão a ser fortemente penalizadas, por isso os custos terão que ser repercutidos”, disse Faria de Oliveira, ao ser questionado sobre o imposto sobre as entidades financeiras que o Governo pretende implementar.
Faria de Oliveira falava à saída do 21.ºCongresso da OPCE - Organização das Associações Patronais das Capitais Europeias, no Centro de Congressos do Estoril.
Para o presidente da Caixa Geral de Depósitos, a introdução do imposto “vai ocorrer num momento muito difícil para o sistema bancário”.
“O sector bancário não vê que este seja um momento oportuno para a introdução desse imposto”, ressalvando que o Governo tem o direito de o aplicar.
O Governo anunciou, na quarta-feira, um conjunto de medidas de austeridade com o objectivo de consolidar as contas públicas.
Entre as medidas consta o imposto sobre os bancos que incidirá sobre os passivos e será semelhante ao que foi decidido no Reino Unido, na França e na Alemanha.
Se for seguido o exemplo dos três países, será aplicada aos bancos uma taxa que será mais elevada para aqueles que apresentarem maiores riscos: o princípio é que, representando os bancos um potencial perigo sistémico para a economia, deverão pagar uma maior percentagem sobre o seu passivo, indo de encontro às regras de Basileia III.
«Lusa»

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