O recrutamento de desempregados para a vigilância e prevenção de fogos nas florestas tinha sido assinado por três ministros a 16 de Junho.
A ideia de colocar pessoas desempregadas ou beneficiárias do Rendimento Social de Inserção na vigilância das florestas não passou este Verão do papel.
O protocolo, assinado entre os Ministérios do Trabalho, da Agricultura e da Administração Interna, previa o recrutamento, junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), de mil trabalhadores a quem a entidade patronal pagaria 20 por cento sobre o valor do Rendimento Social de Inserção ou do subsídio do desemprego.
Contudo, agora que termina a fase “Charlie” (informação já divulgada pelo Governo Civil de Santarém e a que este jornal teve acesso, onde no briefing levado a efeito, que contou com a presença de Sónia Sanfona, foram desactivados os meios aéreos de Santarém neste período) de combate a incêndios, Jaime Soares, o autarca com o pelouro da Protecção Civil na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), garante que tudo «não passou do papel».
«Não apareceu no terreno ninguém, nem a vigiar nem a limpar (...) Como fazemos parte dos PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa), pode ter havido algum acordo para que eles tivessem sido enviados para lá», disse. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) também não viu qualquer desempregado a vigiar as florestas e nem esperava outra coisa.
«O combate a incêndios florestais não é um tipo de actividade que possa ser desenvolvida» pela «mão-de-obra disponível», porque isso essa ideia «não resulta», opinou Duarte Caldeira «Não acreditando nessa medida, compreendemos que ela não tenha tido qualquer efeito neste Verão», rematou.
Este ano foi o pior dos últimos cinco relativamente à área consumida pelos incêndios florestais. Até Setembro, foram registadas 20 mil ocorrências, que somaram mais de 120 mil hectares de área devorada pelo fogo.
«TSF» JA
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