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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Justeza" na aplicação de coimas

De facto estou espantado com esta "justeza" na aplicação das coimas, sim senhor.

Um proprietário de uma fracção comete uma infracção (que até faz trocadilho) no logradouro comum que é afinal de três.

Coloca ali um telheiro e é penalizado com a coima mínima de 500.00€ pela Autarquia.

O seu vizinho (cremos que do 1º andar) comete ali no mesmo logradouro comum, uma série de infracções, como podemos ver, qual delas a mais grave, onde se inclui uma piscina (!) no terreno que pertence afinal a 3 e, com estas contravenções todas paga também e apenas a valor mínimo de uma só coima, ou seja 500.00€!

Nota: E por aquilo que conseguimos descortinar no post que, defende os responsáveis pela aplicação das coimas, é que a infracção da Mansarda (sótão aproveitado) se tivesse sido incluído, uma vez que já existia, neste mesmo auto, teria beneficiado do desconto por atacado e seria um bom negócio para o infractor.

Quer dizer, se o infractor soubesse que beneficiaria deste desconto por atacado teria ele próprio denunciado mais aquela ilegalidade, como é evidente, em vez de deixar isso para mais tarde. Também ficamos a pensar como é que a vistoria inicial não vê esta ilegalidade que salta à vista, mas enfim.

Ora isto só incita os prevaricadores a quando fizerem obras ilegais não fazerem 1 mas 6 ou 7 porque só irão pagar a coima mínima. Isto é, fazendo ilegalidades por atacado, sai mais barato!Ora aqui está uma boa informação para quem quer transgredir e brincar um pouco a Lei da rolha praticada pela autarquia Alpiarcense.Isto realmente só mesmo em Alpiarça.

Dá que pensar.
O olheiro

2 comentários:

Anónimo disse...

Como diz o comentador "O olheiro" isto dá mesmo que pensar.
Essa das obras ilegais por atacado, também está bem apanhada.
Realmente se um individuo ao fazer um pequeno telheiro (clandestino)leva com a coima mínima de 500.00 Euros e outro que faz uma catrefa de obras (igualmente clandestinas,onde se inclui uma piscina) com um valor de vinte ou trinta vezes mais o valor do telheiro e é penalizado com o mesmo valor de 500.00 Euros,é evidente que só pode saltar de contente e até a incentivar outros para usarem o mesmo processo que é o que está a dar. Fazer coisas do maior valor possível e a maior quantidade possível, porque a tabela de penalização é a mesma.

Como dizia um articulista há alguns dias, este país está mesmo por um triz.

E eu digo mais: Assim não vamos lá.

Leitor atento

Anónimo disse...

Há um pormenor igualmente importante que não está aqui a ser devidamente analisado e realçado:
É que como as obras em questão, são ilegais e não podem ser legalizadas (mesmo com as coimas pagas) sem o consentimento de todos os comproprietários do espaço comum, que estão pelos vistos em conflito, o multi-infractor que viu a sua penalização reduzida ao mínimo, também não irá pagar qualquer imposto relativo às benfeitorias, enquanto vai desfrutando das mesmas, dando uns mergulhos e tal, porquanto elas são clandestinas e é como se não existissem para a Direcção Geral de Impostos.
Isto é o que se chama "ouro sobre azul".

E depois ainda há quem diga que a Câmara Municipal, coitadinha, muito organizadinha, não tem nada a ver com isto. Recebe o dinheirinho referente às coimas... o resto já não interessa nada.
Vai lá vai!...

Zé Pagante