O PIB português teria de crescer duas
vezes mais do que as projeções governamentais para que o endividamento
começasse a cair, revela a consultora McKinsey. Num estudo onde analisa os
rácios de dívida nos vários países do mundo, a consultora alerta para os casos
de Portugal e Irlanda, tal como do Japão e Singapura.
Desde 2007, o endividamento público
mundial, - privado, público e individual, cresceu mais de 57 mil milhões de
dólares, cerca de três vezes mais do que o PIB da maior economia do mundo, os
Estados Unidos. Portugal está entre os países do mundo com maior endividamento
face ao PIB a par da Irlanda, obtendo a quarta posição num total de 47 países
analisados.
A consultora diz que Portugal tem um
rácio de dívida face ao PIB de 358%, sendo que entre 2007 e 2014, se o aumento
foi de 100% entre 2007 e 2017, com a dívida governamental a aumentar 83%, a
empresarial 19% e a do setor financeiro 38%. Apenas as famílias portuguesas
contribuíram positivamente para a redução da dívida, com um desendividamento de
2% nestes sete anos.
Entre os países mais endividados, a McKinsey
diz que a dívida só é um problema para alguns e, curiosamente, Portugal aparece
à frente da Grécia na gravidade com que é afectado pelo endividamento.
Como resolver este problema? Em primeiro
lugar é preciso crescer. "Hoje em dia, as maiores economias do mundo estão
a tentar desalavancar num ambiente global de pouco crescimento e de inflação
persistentemente baixa. A nossa análise mostra que o crescimento real do PIB
teria de ser duas vezes o das projeções existentes para que a dívida pública em
percentagem do PIB começasse a descer em seis países: Espanha, Japão, Portugal,
França, Itália e Finlândia".
«DV»
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