O ESTERTOR DA IGNORÂNCIA PRETENSIOSA E INTOLERANTE

Eu tenho dúvidas sobre muitas coisas da vida e sou ignorante sobre muitas mais… É normal, tendo em conta a vastidão e diversidade dos saberes atuais e do que ainda existe por conhecer. O importante é ter consciência deste estado, de forma a ponderar, esclarecer dúvidas e procurar conhecer as matérias pertinentes antes de decidir e agir…

Contudo, existem no mundo alguns que, não querendo tomar consciência da sua ignorância, são arrogantes e intolerantes, agredindo os outros com todo o peso da sua própria ignorância… É o caso dos 2 apoiantes do candidato Cunha/TPA que aqui colocaram os primeiros comentários e que, quero acreditar, não são representativos da candidatura…

Comecemos pelo traço comum da intolerância e da ofensa: “se não fosses comunista até se poderia dar alguma credibilidade aos teus escritos” ou “até para dizer mal é preciso ter inteligência e esperteza, coisa que abandonou à nascença ou então, hipótese mais segura, vem dos genes”.

Pergunto eu: 

1 - a credibilidade das ideias que se escrevem tem a ver com o partido ou a ideologia A, B ou C que mais se gosta ou, pelo contrário, está relacionada com a boa ou má fundamentação factual dessas ideias? 

2 – quando se elogia o que está bem (“quanto à apresentação o TPA deve agradecer o elogio”) o comentador é inteligente e esperto mas na parte que aponta os aspetos negativos do programa já não tem “inteligência e esperteza, coisa que abandonou à nascença” ?

3 – Considerando os pontos anteriores, onde está a racionalidade e a honestidade intelectual destes apoiantes do TPA ? 

Continuemos, agora, com a parte da ignorância pretensiosa e arrogante:

“Além disso, na próxima vez não vai ao Google ver o que é SWOT, porque cais nesse ridículo de escrever FOFA, coisa que não entendes de todo.” - escreveu o primeiro apoiante do TPA. 

Vejamos… Eu utilizei o acrónimo FOFA por duas razões: primeiro defendo a utilização de termos ou acrónimos portugueses quando existem e são necessários; depois, propositadamente, para fazer um teste aos apoiantes do TPA sobre o seu verdadeiro conhecimento do tipo de análise tentada e em que medida era acriticamente aceite o meu assinalado pretensiosismo da linguagem tecnocrática. Ora, o comentador mostrou desconhecer claramente que o acrónimo FOFA é o mesmo que SWOT, mas em português (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) !!! E ao tentar ridicularizar o meu texto, acabou por fazer uma figura absolutamente ridícula, engalanada na sua ignorância pretensiosa e arrogante ! Agravada pelo facto de, se tivesse feito o que me aconselhou (pesquisar no Google), evitaria esta vergonha ao encontrar na Wikipédia a análise FOFA ao lado da análise SWOT. Quem exercita este tipo de análise na realidade, nas empresas, sabe que é vulgar gozar-se com a “palavra” “FOFA”…

Escreveu o segundo TPA: «"o programa é sofrível ou pretensioso"? Afinal em que é que ficamos?» . Ficamos em que é sofrível e pretensioso pois as 2 palavras não são antagónicas (ao contrário do que quer dar a entender) e, neste caso, complementam-se. Aliás, só um programa sofrível, que tenta parecer que é excecional (como é o caso), é que necessita de ser pretensioso ! E continuou “Se não há nada de novo é preciso suporte financeiro para quê?” – Bem, para além de ter omitido parte do que foi escrito, o facto de serem propostas “não novas” não significa que sejam concretizáveis a custo zero, pelo que se mantém a questão do suporte financeiro, afinal, ficou sem resposta. E mais à frente escreveu: “não sabe que com 2 ou 3 pessoas podem constituir 10 gabinetes de apoio, mas isso já um problema de "profusão", esta é para rir! “ – Se não me engano, neste contexto, chama-se “gabinete” a um conjunto de pessoas com determinadas tarefas atribuídas. No seu exemplo, dá uma média de 0,2 pessoas por gabinete de apoio e, por isso, em vez de me rir, aconselharia a apresentarem apenas a criação de um gabinete multidisciplinar (que já existe em muitas autarquias…) para apoiar os munícipes e, assim, a proposta seria mais credível…
E continua a escrever “é muito natural que não entenda algumas medidas, pedirei ao TPA que lhe possa fazer um desenho ilustrado e legendado.” – Destacando a arrogância e os laivos de ofensa desta frase, deixo, finalmente, ao critério dos leitores a identificação de quem precisa de “um desenho ilustrado e legendado” para entender aquilo que é escrito…

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