O processo para registar a "variedade de melão ‘Manuel António’ já está a “decorrer desde Fevereiro”, segundo declarações prestadas ao JA por Mário Pereira (foto), presidente da Câmara.
Um processo longo e burocrático que obriga a diversas experiências e plantações. Só depois da “conclusão técnica e cientifica” é que é “certificada a qualidade do melão” adiantou-nos o presidente da Câmara.
Várias entidades estão envolvidas nos “ensaios de campo” nomeadamente o Instituto Superior de Agronomia , a Direcção-geral de Agricultura e a Escola Superior.
Um pouco sobre o ‘Melão Manuel António’:
Embora tenha a designação de "melão de
Almeirim", este maravilhoso fruto é cultivado e produzido na sua maioria
pelos seareiros de melão de Alpiarça que se deslocam há décadas para os campos
do Vale do Tejo.
As primeiras sementes de melão que se conheciam
nos anos 50-60 eram a do chamado “cotim à militar”. Esta era um fruto cinzento
de qualidade precoce, mas que se aguentava pouco tempo depois de apanhado. Ao
longo dos anos foram aparecendo várias espécies de melão, como o casca de
carvalho ou o melão preto, fruto bem apresentável e saboroso que se aguentava
mais tempo nas pargas debaixo dos sombreiros, e mais rijo para os mercados.
Tinha que haver muito cuidado com esta espécie porque com temperaturas altas
queimava-lhe a pele (ficava chapado) e perdia valor comercial.Tinha que ser
tapado com palha de arroz para evitar essa queima. Este tipo de melão ainda
predomina. Apareceram também os melões dos “Seareiros de Alpiarça”, os
“Saturninos”, o “Doiradinho”, o“Pêro”, o “Bicha-Gata” e o “Manuel António”.
Este último foi e continua a ser uma qualidade de excelência. Manuel António
foi um produtor de melão que ao longo dos anos seleccionou e revolucionou
a produção deste fruto. Era e é um melão dourado e alinhavado com muito boa
apresentação comercial. Também este e outros atrás citados tinham que ser
tapados quando havia temperaturas altas.
Nos anos 70 começa-se a produzir o melão
branco. De início houve dificuldade na entrada deste tipo nos mercados, mas a
pouco e pouco penetrou bem na produção e comercialização. Além de ser
uma espécie bem apresentável e de boa finalidade, tem também uma grande virtude
que é a de não se queimar (chapar), uma vez que os raios solares são
“sacudidos” pela brancura do melão. Uma outra espécie deste fruto é o chamado
“Pele-de-Sapo”, que juntamente com o melão branco são hoje os mais apresentados
no mercado. Conhecido como “melão de Almeirim”, este ribatejano fruto é, como
se disse, cultivado e produzido na sua maioria pelos seareiros de melão de
Alpiarça. Estes deslocam-se todos os anos para os campos do Vale do Tejo, como
de Valada do Ribatejo, Azambuja e Vila Franca de Xira, para se instalar em
terras arrendadas. Desde os anos 50 até aos anos 80 essa deslocação era mais
acanhada, na medida em que os transportes eram ainda pouco significativos.
Centenas,senão milhares de famílias, partiam de Alpiarça levando consigo a
chamada “tralha”, o que queria dizer uma autêntica casa mudada. Hoje as coisas
são totalmente diferentes, com os avanços das novas tecnologias como o emprego
do plástico, a fita de rega de gota-a-gota, mecanização moderna e transportes
adequados.
«Fonte de recolha: Ribatejo Digital»
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