O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou hoje que o Governo vai abdicar da taxa sobre reformados e pensionistas, uma indicação dada pelo primeiro-ministro na reunião mantida hoje com a central sindical.
Segundo Carlos Silva, que falava aos jornalistas após uma reunião com Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro "assumiu perante a UGT que essa questão não vai para a frente" e que "não haverá aplicação da taxa sobre os reformados e pensionistas como foi inicialmente proposto no discurso de sexta-feira à noite".
O líder da UGT sublinhou que, embora Passos Coelho não fosse taxativo em
relação a esta medida, a ideia é que será abandonada e vai ser o CDS-PP
a apresentar "alternativas" que tenham "os mesmos resultados
orçamentais".
Para Carlos Silva, as alternativas "não foram explicadas e a ideia é que
quem apresentou essa sugestão, que foi o CDS-PP pela voz do seu líder,
Dr. Paulo Portas, se vê obrigado a apresentar uma alternativa que tenha
os mesmos resultados orçamentais".
Uma delegação da UGT, liderada pelo secretário geral, Carlos Silva,
reuniu-se com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ministro da
Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira.
O encontro, a pedido da central sindical, teve como objetivo apresentar
as conclusões resultantes do XII Congresso da Central e a resolução
programática, documento que apresenta a política reivindicativa da UGT
para o quadriénio 2013-2017.
O primeiro-ministro anunciou na sexta-feira, numa declaração ao país, um
pacote de medidas que vão poupar nas despesas do Estado 4,8 mil milhões
de euros, até 2015, que inclui o aumento do horário de trabalho da
função pública das 35 para as 40 horas, a redução de 30 mil funcionários
públicos e o aumento da idade da reforma para os 66 anos de idade,
entre outras medidas.
O Governo anunciou que pretendia também criar uma contribuição sobre as
pensões e o aumento das contribuições para os subsistemas de saúde dos
trabalhadores do Estado (nomeadamente a ADSE) em 0,75 pontos
percentuais já este ano e 0,25 pontos no início de 2014.
O primeiro-ministro anunciou ainda que o Governo pretende limitar a
permanência no sistema de mobilidade especial a 18 meses e eliminar os
regimes de bonificação de tempo de serviço para efeitos de acesso à
reforma.
«Lusa»
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