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segunda-feira, 27 de maio de 2013

CGTP convoca jornada de luta para 30 de maio e admite greve geral

 A CGTP convocou para 30 de maio, dia em que se prevê que o Governo entregue o orçamento retificativo, uma nova jornada de luta nacional, e afirmou-se disponível para encontrar convergências com a UGT para uma greve geral.
 “Estamos disponíveis para coincidir e convergir na unidade na ação com todas as organizações sindicais, sejam da UGT ou sindicatos independentes. Tudo o que pudermos fazer neste momento para afastar diferenças e construir uma posição de convergência a partir de conteúdos e objetivos concretos, tudo faremos para que isso aconteça”, afirmou o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, na manifestação convocada pela intersindical que hoje decorreu em Belém.
O líder da intersindical considerou que a manifestação de hoje foi “mais um indicador de que é fundamental criar todas as condições para promover a unidade na ação e a convergência”.
“Se essa convergência se consolidar e aprofundar, porque não admitir a realização de uma greve geral? Penso que este Governo já a merece”, defendeu Arménio Carlos.
Para 30 de maio ficou hoje agendada uma jornada de luta nacional, nas empresas e locais de trabalho, que coincide com a data do primeiro dos quatro feriados que a partir deste ano deixam de ser assinalados no país e que a CGTP acusa o Governo de querer roubar aos trabalhadores.
O dia 30 de maio é também aquele em que o Governo deverá entregar no parlamento o Orçamento do Estado retificativo para 2013, de acordo com as informações que foram avançadas pelo Ministério das Finanças.
“Maio está a aquecer bem e junho ainda vai aquecer mais”, avisou Arménio Carlos.
Entre os manifestantes, Luís Ferreira, aposentado da função pública, justificou a presença no protesto de hoje com o “rumo desastroso das políticas e o autêntico roubo que se está a fazer”, e garantiu que não foi a Belém apenas por si, afetado pelos descontos para a ADSE e “roubos sucessivos na reforma”, mas também pelas novas gerações.
O reformado da função pública deixou ainda críticas à atuação do Presidente da República, Cavaco Silva, que considera ter a “obrigação de travar o desastre para o qual caminhamos”, e que “já devia ter demitido este Governo”, acusando-o de ser “corresponsável neste desastre”.
Já Cidália, professora contratada há 13 anos, compareceu com uma peruca colorida na cabeça, mas com uma justificação para a indumentária.
“Sinto-me uma palhaça, sinto que sou roubada todos os dias nos meus direitos, sinto-me uma palhaça pelo que os governantes nos têm feito. Nos últimos 39 anos têm-nos feito de palhaços”.
A Cavaco Silva, cuja residência oficial ficava a poucos metros do local da concentração, Cidália quis deixar um recado.
“Quero que ele se vá embora, ele e todos os que lá estão. Falam todos muito bem cá fora, mas lá dentro querem todos destruir o Estado e o país”, disse a manifestante, que referiu ainda que se os professores não fizerem nada são os alunos que vão ficar prejudicados.
A manifestação da CGTP em Belém foi precedida de quatro pré-concentrações (na Junqueira, no Restelo, em Pedrouços) distritais e setoriais.
Os trabalhadores da função pública, que já têm uma greve prevista para junho, saíram do Restelo.
A UGT decidiu, entretanto, apoiar a realização de uma greve geral na Administração Pública em junho, em convergência com as restantes estruturas sindicais do setor, desde que a data fosse concertada.
«Lusa»

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