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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Alpiarça Alvorada, acreditar na nossa terra

Alpiarça, onde é que é isso?
Por Pedro Miguel Gaspar
Cidadão de Alpiarça

Tenho passado uma boa parte da vida a explicar, com alegria e orgulho, onde é, e o que é a minha terra. Qualquer pessoa sabe que para sabermos quem somos é fundamental saber de onde viemos. As raízes, a família, o cheiro da terra lavrada, as lágrimas dos que ficam ao ver outros partir. Sentem-se os pequenos lugares, aquela fonte que nos intrigava quando caminhávamos para a escola ou a estrada em pedra que nos castigava os pés mal calçados. As carroças, “coquineques” e tractores que, pela manhã, já levavam meio-dia de trabalho. Gente de pele queimada mas com sorriso brilhante. Um sempre em tronco nu. Vendiam-se melancias à borda da vala. Compravam-se muitas Minis à borda da vala. E o sol ia passando, dia após dia, para nos marcar o passo. Os homens pisavam uvas e os gaiatos bebiam o mosto às escondidas. Depois, de zurrapa, os gaiatos ouviam histórias de um passado recente e comum. Lutas, sempre as lutas. Desde o tempo das paulitadas entre os “caraças” e os “malhados”, as patrulhas da PIDE, levantamentos do povo, ocupações, bandeiras negras da fome, bailes de“gaibéus” com escaramuças em música de fundo. Um povo guerreiro, um povo com orgulho.


Hoje, continuo a explicar, com orgulho constante, onde é a minha terra, quem são as minhas gentes, de onde vieram os meus avós.
Mas, hoje, continuando o orgulho de ser, falta-me a alegria de sentir.

O passado e a herança são fundamentais para sabermos quem somos. Mas o presente é essencial para sabermos quem viremos, no futuro a ser.


E o presente, a cada dia que passa, é como o Tejo no qual Alpiarça se encosta. Agua estagnada e escura e montes de areia velha em vez de um rio com vida, de águas límpidas e areias novas e lavadas. Alpiarça vai envelhecendo e arrastando-se. Amorfa. Uma Rua Direita de casas a cair, uma Casa Museu dos Patudos única no pais e à qual se dá a mesma importância que a uma adega de 
vinho, uma zona industrial escondida atrás de um monte de terra escavada, um parque de campismo que parece saído de um filme de cidade abandonada e assombrada. Como ter alegria ao ver pessoas que escolhem a nossa terra para viver, vindos de outro País, a vaguear por essa reserva ecológica, usando-a para cuidar da sua higiene pessoal?

Como ter alegria quando, numa terra em que existem tantos praticantes de caminhadas nocturnas, algo tão raro no País como saudável para quem as faz, se atravessem tantas zonas sombrias da vila, sem luz, como se a própria chama de Alpiarça se estivesse a apagar de dia para dia?

E este é o sentimento que vai atando as mãos devagar. Fomos aceitando o destino e deixámo-nos assombrar e adormecer. Os decisores de Alpiarça foram distribuindo analgésicos morais e ideológicos. Ficámos adormecidos e dormentes com a famigerada crise e com as supostas dívidas do passado. Deixámos de acreditar em nós e na nossa terra. Porque assim é mais confortável. Pensar e desenvolver é uma tarefa dura e o povo é mais feliz quanto menos tiver que pensar. O mesmo se passa em Repúblicas que não são Repúblicas de Coreias que não são do Sul.

Eu sou daqueles Alpiarcenses que prefere não tomar esse comprimido para dormir. Eu sou daqueles Alpiarcenses que sabe que a terra que os viu nascer não é terra que, hoje, se quer amolecer e controlar. Alpiarça não é terra de gente mole. É terra de um Ribatejano rijo com sangue a fervilhar. Quero estar desperto, atento e sentir o pulso da minha terra.

Alpiarça, por mais que venham para a rua gritar, é uma terra de futuro e de futuros. É uma terra de gente lutadora, gente briosa e capaz, de novas gerações que conhecem o mundo e preferem voltar. De gentes de outras terras que a escolhem para morar. Tem terras férteis, industrias que crescem, paisagens únicas e um potencial de turismo sem paralelo. Em resumo, tem tudo para ser feliz.
Eu acredito numa nova Alvorada e num futuro melhor.

Eu acredito na minha terra.

Do Movimento Alpiarça é a Razão/Partido Socialista




5 comentários:

Anónimo disse...

COM ESTE DISCURSO JÁ VAIS SER VEREADOR E SE TREINARES MAIS UM POUCO PODE SER QUE UM DIA CHEGUES A PRESIDENTE DE CAMARA

Anónimo disse...

A ler, um texto bem esclarecedor do que se passa nas Assembleias Municipais, onde nem o Santiago tem já pachorra para alguns camaradas que se apropriaram de forma ilegitima da bancada da CDU.
É preciso que corram rapidamente com algumas pessoas da politica local, e Máritos Pereiras, Osórios e Celestinos é tudo aquilo que não faz falta em nenhuma terra.

Anónimo disse...

Sócrates gasta 15 mil euros por mês em Paris
A vida milionária do ex-primeiro-ministro José Sócrates em Paris
osé Sócrates gasta em média 15 mil euros por mês em Paris, cidade para onde foi estudar Ciência Política. Sem emprego nem poupanças conhecidas, o ex-primeiro-ministro mantém uma vida de luxo numa das cidades mais caras da Europa, com despesas mensais que rondam sete mil euros na renda de casa, num dos bairros mais caros da cidade, mil euros nas propinas da faculdade, dois mil euros no colégio particular do filho e cem euros por refeição em restaurantes.
Um estilo de vida caro, quando José Sócrates nunca referiu ter poupanças nas declarações de rendimentos que entregou no Tribunal Constitucional desde 1995, ano a partir do qual esses documentos podem ser consultados. Segundo essas declarações, Sócrates obteve, entre 1995 e 2010, rendimentos acumulados de 1,19 milhões de euros, a que se somam quase 50 mil euros por seis meses de salário, despesas de representação e subsídio de férias em 2011. O CM contactou José Sócrates para obter uma reacção, mas o ex-primeiro ministro desligou o telefone e não respondeu à mensagem enviada.
Como foi possível constatar em Paris, Sócrates arrendou um apartamento no 16º Bairro parisiense, uma das zonas nobres da cidade. A dez minutos a pé da Torre Eiffel, as casas mais baratas têm uma renda de quatro mil euros. Só que, como explicaram ao CM diferentes imobiliárias parisienses, na rua onde reside Sócrates "os preços sobem para os sete mil euros mensais", dada a exclusividade conferida a essa rua pela vizinhança de embaixadores e milionários.
Quando o ex-primeiro-ministro sai de casa pela manhã, dirige-se à Sciences Po, onde está a estudar Ciência Política. De propinas, paga 1083 euros por mês. Mas, antes, Sócrates faz uma paragem obrigatória no Le Diplomate: é nesse café, à porta de casa, que emigrantes portugueses lhe servem uma bica ao balcão e onde aproveita para comprar tabaco.
O ex-líder do PS frequenta com regularidade alguns dos melhores restaurantes de Paris, onde a factura ultrapassa facilmente os 100 euros/dia ou 3000 por mês. A famosa Brasserie Lipp, favorita de antigos presidentes franceses, tem pratos a 60 euros e garrafas de vinho entre os 70 e os 220 euros. No La Divina Commedia, outro dos locais de eleição, os pratos com entrada e sobremesa rondam os 50 euros. Os vinhos, de que Sócrates é grande apreciador, não são mais baratos.
A viver com Sócrates está o filho mais velho, que frequenta uma escola privada cujo custo atinge os 2186 euros por mês.
Este é o grande GATUNO que o Sr. Pedro Gaspar apoiou!

Anónimo disse...

E APOIA!!

Anónimo disse...

O Pedro Gaspar foi capaz de fazer uma coisa inusitada: escrever um texto onde diz exatamente o contrário daquilo que verdadeiramente sente em relação a Alpiarça e às suas gentes. Não há dúvida que tem mérito nisso, mas gostava de saber o que é que ele sabe sobre andar mal calçado ou qual é a verdadeira opinião dele sobre o povo de Alpiarça e do seu passado de luta.
Quem não te conhecer que te compre!