.

.

.

.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Metade de Alpiarça à venda, não metade do país à venda


E milhares de famílias a ficar sem casa por não terem rendimentos para a pagar. Quem são os culpados?
Metade do país à venda, EDP, REN, etc., com compradores estrangeiros.
Quem são os culpados?
Até 1997 o Parque de Campismo dava lucro à Câmara, a partir daí foi só prejuízos. De quem é a culpa?
Pergunte a quem conseguiu casa com as habitações sociais que a Câmara construiu, ou com as habitações a custos controlados que a câmara promoveu, feitas por empresas de Alpiarça se não foi uma boa iniciativa da Câmara.
 Na altura em que foram feitas a oferta de habitação excedia a procura?
Se foi autorizada a construção desenfreada, sem olhar às necessidades, de quem foi a culpa?
Quem foram os promotores imobiliários que instigaram a construir, construir, sem rei nem roque?
Que planificação, nos últimos 12 anos?
É isto sair do ghetto, é isto um urbanismo normal?
As terras são feitas para as pessoas e à medida das pessoas.
Não basta dizer que as pessoas estão primeiro, é preciso passar das palavras aos actos e há custos e custos, benefícios e benefícios.
A diferença entre uns e outros está em escolher entre quem mais tem e mais pode, e entre a larga maioria dos que menos têm e menos podem.
Noticia relacionada:


3 comentários:

Anónimo disse...

Confesso que gosto de trocar ideias com pessoas civilizadas.
Ao contrário do que muitas vezes é dito, o facto de ambos sermos anónimos não inviabiliza que se tenham conversas sérias.
Em relação ao 1º ponto (milhares de famílias a ficar sem casa), vc. conhece, eu conheço e muitos dos leitores conhecem o verdadeiro culpado da maioria destes dramas.
Chama-se «consumo desenfreado».
Há que separar famílias que sempre tiveram uma vida financeira controlada a quem um dia o desemprego ou a doença lhe bateu à porta e as outras.
Desses tenho pena e a minha total solidariedade.
As outras, estreavam carros e motos novos, faziam férias no estrangeiro, os filhos tinham tudo e mais alguma coisa,frequentavam bons restaurantes, os fins de semana eram sempre passados fora, e qualquer gadget que saísse eles tinham.
Quando o dinheiro faltou, venderam e hipotecaram casas e terrenos dos pais para continuarem a viver artificialmente.
Alpiarça está cheio desses últimos,e, lamento mas não tenho pena nenhuma.
As pessoas têm é de ser educadas nas suas ambições de vida e não serem dirigidas.
Essa é a sua confusão.
Quem quiser construir, que construa. Quem quiser cultivar terras, que cultive.
Quem quiser investir noutro qualquer ramo que o faça!
As pessoas têm de ser responsáveis pelos seus actos e não terem o "papá", Estado ou autarquia a resolver-lhe os problemas que ELES criaram.
Por isso, aquilo que vc. glorifica, eu questiono.
Evidentemente que nem todos os cidadãos são iguais...
Mas que direito tem uma pessoa que teve igualdade de oportunidades em relação a outra de beneficiar de habitações sociais?
Não é preciso ir mais longe. Quando o Estado bonificava a habitação víamos casais com rendimentos médios e porque não tinham esse regime, a comprarem casas usadas e a restaurá-las.
E víamos gente com vencimentos baixos (bonificados) a deixar de comprar casas porque não tinha parabólica, ou porque não gostava dos móveis, dos azulejos, ou ficava a mais de 500 metros do emprego.Conheço muitos!
Ser exigente com o dinheiro dos OUTROS é peditório para o qual nunca gostei de contribuir.
Sempre ouvi dizer que a cavalo dado não se lhe olha o dente.
A saída do ghetto não se prende com urbanismo. Tem a ver com a forma como Alpiarça foi gerida, no atraso cultural, sem qualquer embelezamento ou abertura ao exterior.
Não era por acaso que Alpiarça era conhecida como a Moscovo do Ribatejo.A única povoação que se assemelhava no seu isolamento era a Glória do Ribatejo.
A verdade é que após 1997, as pessoas de fora com essa ideia começaram a rarear e hoje está quase completamente esquecida.
Hoje dizer em Santarém ou Almeirim que é de Alpiarça não é motivo de comentários negativos, e a maioria reconhecem que Alpiarça está completamente diferente.
As terras têm de ser feitas para as pessoas. Concordo!
Mas as pessoas têm de contribuir com o suficiente para pagar aquilo que exigem.
Criou-se o hábito de tudo exigir, mas nada contribuir.
Todos querem ter escolas, saúde, piscinas, campos desportivos..mas de borla.
Quando chega a altura de todos pagarem, que "pague o Estado", como se essa entidade fosse uma entidade abstracta e que fabrique o dinheiro que quer.
É por isso que entendo que o principio do utilizador pagador cada vez tem de ser mais implementado.
Se o uso de uma piscina custa 10 euros, não tem de ser cobrado 1, e o resto ser comparticipado pela comunidade.
Se há dinheiro para ter depósitos a prazo de dezenas de milhares de euros, porque tem a saúde de ser gratuíta?
Se há dinheiro para Jeep's e outras ostentações porque devem os filhos serem incluídos em assistência social na escola?
O problema é que isso não é um filme, isso existe na realidade e perto de nós!

Anónimo disse...

Sobre o excesso de construção em Alpiarça, muito criticado pelo PCP, pergunto-me se os construtores privados não pagaram as taxas e licenças à Câmara e se mesmo os apartamentos ainda desocupados não pagam todos os anos o IMI. Enquanto Alpiarça for o Museu vivo do comunismo em Portugal, onde reina um sectarismo atávico, podem estar certos que dificilmente aqueles fogos serão ocupados a não ser que o comité central destaque um grande número de controleiros e quejandos para Alpiarça.

Anónimo disse...

Não inviabiliza, mas infelizmente não é a prática comum neste blogue.Mas aproveitemos maré, que se não servir a mais ninguém, serve-nos a nós dois, que ao que vejo sabemos e podemos conversar sobre ideias diferentes.
Quanto ao assunto, claro que o consumo desenfreado é condenável - ninguém deve dar passos maiores que o tamanho da própria perna. E se o fazem (e fizeram, muitos) acabam por pagar a factura. E os outros, os que incitaram a esse consumo desenfreado, prometendo paraísos na terra só para terem lucros cada vez maiores. Tão condenáveis são uns como outros. Com a diferença de que uns sabiam o que estavam a fazer (ganhar mais e mais), outros deslumbraram-se com a miragem que lhes estava a ser criada. Não continua a receber, na sua caixa de correio, publicidades a créditos fáceis para tudo o que precise?
E quanto ao papel do Estado, não podemos, para umas coisas, querer mais Estado, e para outras querer menos Estado.
Diz que o Estado não deve subsidiar actividades, que embora reconhecidamente sejam benéficas para o cidadão, não sejam imprescindíveis. E assim só teria direito a elas quem tivesse dinheiro para pagar. Mas já haverá outra perspectiva se fôr paraa cobrir os prejuizos dos bancos (BPN, etc.) Isto é mais Estado ou menos Estado, conforme as conveniências.
Eu defendo um Estado social, que dê resposta às necessidades, não só as primárias, das populações, mas ao mesmo tempo impondo e fomentando o rigor, a disciplina e a educação cívica
A igualdade de oportunidades é um conceito um bocado vago. Aparentemente, o filho de um casl de médicos e o filho de um casal de operários agricolas analfabetos, têm na escola as mesmas oportunidades. Quando digo, aparentemente, é porque efectivamente têm os mesmos direitos e as mesmas obrigações. Todavia, o meio familiar em que estão inseridos condiciona enormemente as suas possibilidades e o segundo, para obter os mesmos resultados, têm um esforço incomparávelmente superior - os pais, em muitas áreas não os podem ajudar, não têm biblioteca em casa para recolher informação, etc...etc...etc...
E aqui, reconhecerá, o Estado (o que eu chamo de Estado Social) tem um papel a desenvolver, com custos evidentemente, que ambos não nos importaremos de suportar (com os nossos impostos.
Coisa diferente é os que vivem, voluntariamente, à conta do Estado (falsos desempregados, baixas fraudulentas, RSIs, etc.).
Mas não é possível um maior controlo sobre estas situações com o desinvestimento no papel fiscalizador do Estado. E aqui, quando se diz que há funcionários públicos a mais, eu digo que são de menos, quando não conseguem fazer a fiscalização que se impõe, e situações que todos nós conhecemos justificam.
E fico por aqui, para não ser maçador (temo já estar a ser).
Cumprimentos