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domingo, 10 de outubro de 2010

UMA PERGUNTA A SHERLOCK HOLMES: ONDE PÁRA VALE E AZEVEDO?

Por: Anabela Melão

Vale e Azevedo, uma notícia curiosa. Traduzida numa troca de galhardetes, em que, sob a forma de notificação, enviada aos advogados das partes, o juiz rezou alguns recados bem mandados à cooperação judicial internacional, concretamente com o Reino Unido – os tais que tanto menosprezaram as nossas instituições judiciárias no caso Maddie, por exemplo – que agora parece ter sido “atacado” de uma preguiça inexplicável.

Falamos do processo do ex-presidente do Sport Lisboa e Benfica Vale e Azevedo, acusado – admite-se que, mal e porcamente, como já aconteceu em tantos outros casos conhecidos, como o de Fátima Felgueiras que foi “a banhos” para o Brasil, e de lá voltou com um bronzeado invejável – pena que Londres tenha aquele clima aborrecidíssimo! O Vale deve estar branco como a cal da parede! – e do suposto – por certo, grosseira inveracidade! - desvio de verbas das transferências dos futebolistas Scott Minto, Gary Charles, Amaral e Tahar el Khalej.

Marcado, de novo, pela terceira vez, para terça-feira, em Lisboa. Mas nem à terceira foi de vez!

Admiradíssimo, passou pela cabeça do juiz que preside à 3,ª Vara Criminal de Lisboa uma "estranha conclusão": a de que "é desconhecido o paradeiro actual do arguido". E afirma que muito o estranha, já que "o arguido tem no sistema de justiça do Reino Unido um processo de extradição com audiências regulares".

Cavalheiro educadíssimo, Vale e Azevedo até chegou a comunicar às autoridades portuguesas uma mudança de domicílio no Reino Unido, mas quando a notificação lá chegou, responderam as autoridades inglesas "que o endereço era insuficiente".

O juiz, que ainda acreditava nas séries televisivas sobre a eficiência dos serviços de investigação londrinos, fica estupefacto e exige que se imputem culpas. "Ao arguido, aos serviços de correios, às entidades do Reino Unido?", interroga-se. "Demonstra à sociedade a inoperância da cooperação judiciária internacional", diz contundentemente. E a "inoperância" da justiça "não pode ser imputada aos arguidos", pelo que o arguido só será notificado quando regressar a Portugal.

Ora, estando o senhor de férias prolongadas … que tanto desvio deve ter dado um trabalho imenso e está a descansar merecidamente, cremos, não voltará tão cedo!

Apesar de o tentarem convencer com o sol e as praias, diz-se que o clima húmido de Londres é o tratamento mais eficaz para as maleitas de que padece: peculato, abuso de confiança e falsificação, bactérias que o afectaram de 1998 e 2000, provocadas pela enorme canseira de ter de acumular a presidência dos leões com a direcção financeira. Pobrezinho! Recomendações médicas, pois claro! Começaram as “graves dificuldades”, e ele – aterrorizado com as “profecias” sobre a economia portuguesa, autodeclarou-se guardião de bens e de contas, e correu a depositá-las na conta da sua sociedade de advogados e a fazer alguns gastos “elementares” para satisfação das suas “necessidades” pessoais e a “passar” ainda alguma coisita para outras das suas contas.

Vale e Azevedo tem pendente um processo de extradição em Inglaterra, depois de impugnar o mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, e um dia – presume-se – há-de voltar. Mas quando a saúde lho permitir! Já que férias, e então estas, a recomendação médica, têm de ser respeitadas e gozadas. Haja saúde …. E dinheiro, claro!!



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