Tenho para mim que, o dossier “Guerra do Ultramar e abandono dos ex-combatentes que serviram a Pátria,” deverá ser reaberto para uma análise consciente e séria.
Sabemos que alguns políticos de nomeada, que mais tarde ocupariam lugares de destaque na governação do país, nunca viram com bons olhos, o facto de se criar algo consistente para um apoio efectivo a todos os ex-combatentes das ex-colónias. Dizem que seria incomportável com a situação económica do país na altura. Hoje, mais de trinta anos volvidos, o país continua sem condições económicas de apoio aos poucos ex-combatentes que ainda restam. Não será de modo algum, com aquela “esmola”anual, (graças a um partido de direita) que o País se redimirá de quem o serviu oferecendo a sua vida a troco de nada.
Os ex-combatentes não podem ser responsabilizados pelo facto de hoje se considerar aquela guerra em várias frentes, de INJUSTA. Todas as guerras são injustas. Os militares cumprem ordens. Neste caso da Guerra do Ultramar, mentalizaram estes jovens que era imperioso defender o que era nosso. Assim fizeram. Lutaram com convicção de que estariam a defender a Pátria. Não será justo que essa mesma Pátria os abandone à sua sorte. Independentemente de, desde então, os desígnios pátrios terem tomado outro rumo. Nem todos fogem ao apelo de defender a Pátria dos seus egrégios avós. E os que ficaram, os que não viraram a cara a ordens superiores que receberam, não exigem condecorações. Não exigem reconhecimento pela sua participação e sofrimento na Guerra do Ultramar. Exigem apenas, respeito por terem dado tudo o que tinham. Por terem dado parte da sua juventude; dos seus sonhos; das suas aspirações profissionais interrompidas e desfeitas.Exigem respeito pelos mutilados e estropiados. Por todos aqueles que ainda hoje sofrem de traumatismos vários do foro psicológico, sem qualquer ajuda. Por todos aqueles (e foram milhares) que tombaram em nome de uma causa que não chegaram a compreender.
Por tudo isto, aqueles que já não se encontram entre nós, merecem um profundo respeito. Aos que ainda restam e sobrevivem, deve a mesma Pátria que os chamou para uma luta, mais tarde reconhecida de inglória, dar-lhes o direito de um resto de vida digna.Com a mesma dignidade com que serviram o seu País.
Sabemos que alguns políticos de nomeada, que mais tarde ocupariam lugares de destaque na governação do país, nunca viram com bons olhos, o facto de se criar algo consistente para um apoio efectivo a todos os ex-combatentes das ex-colónias. Dizem que seria incomportável com a situação económica do país na altura. Hoje, mais de trinta anos volvidos, o país continua sem condições económicas de apoio aos poucos ex-combatentes que ainda restam. Não será de modo algum, com aquela “esmola”anual, (graças a um partido de direita) que o País se redimirá de quem o serviu oferecendo a sua vida a troco de nada.
Os ex-combatentes não podem ser responsabilizados pelo facto de hoje se considerar aquela guerra em várias frentes, de INJUSTA. Todas as guerras são injustas. Os militares cumprem ordens. Neste caso da Guerra do Ultramar, mentalizaram estes jovens que era imperioso defender o que era nosso. Assim fizeram. Lutaram com convicção de que estariam a defender a Pátria. Não será justo que essa mesma Pátria os abandone à sua sorte. Independentemente de, desde então, os desígnios pátrios terem tomado outro rumo. Nem todos fogem ao apelo de defender a Pátria dos seus egrégios avós. E os que ficaram, os que não viraram a cara a ordens superiores que receberam, não exigem condecorações. Não exigem reconhecimento pela sua participação e sofrimento na Guerra do Ultramar. Exigem apenas, respeito por terem dado tudo o que tinham. Por terem dado parte da sua juventude; dos seus sonhos; das suas aspirações profissionais interrompidas e desfeitas.Exigem respeito pelos mutilados e estropiados. Por todos aqueles que ainda hoje sofrem de traumatismos vários do foro psicológico, sem qualquer ajuda. Por todos aqueles (e foram milhares) que tombaram em nome de uma causa que não chegaram a compreender.
Por tudo isto, aqueles que já não se encontram entre nós, merecem um profundo respeito. Aos que ainda restam e sobrevivem, deve a mesma Pátria que os chamou para uma luta, mais tarde reconhecida de inglória, dar-lhes o direito de um resto de vida digna.Com a mesma dignidade com que serviram o seu País.
Por: M. Dacosta
2 comentários:
Parabéns ao autor, Sr. M. Dacosta.
"Há sempre alguem que resiste,
há sempre alguem que diz não".
Os ex-combatentes resistem, os governantes (1975-2009) dizem não.
Por muito que custe só há uma conclusão a tirar, com gente desta a governar, tudo o que se possa dizer, escrever, reclamar, solicitar, apelar, sugerir, implorar, alertar, etc.. etc.. etc.. , é chuver no mulhado, cai tudo em saco roto.
Parabens ao autor pela oportunidade. Apraz-me também partilhar o que penso acerca desta questão. É verdade. Quem mandava na altura desapareceu de cena por força do 25 de Abril, mas mesmo assim, ficaram por aí ainda muitos defensores do antigo regime, do colonialismo, da opressão, da repressão e da exploração. A gente conhece alguns.
Mas os outros, os salvadores da pátria, os defensores da classe operária, os defensores de uma sociedade sem classes, o que é que já fizeram pelos ex-combatentes, pelo estudo e divulgação daquele período negro da nossa história? Nada. A gente conhece-os.
Os desertores, aqueles que fugiram à guerra por convicções politicas ou por medo, esses é que viram os seus tempos de Paris e de outras metrópoles reconhecido e contado.
Sobre a defesa dos os ex-combatentes, diga-se em abono da verdade, foi preciso um ministro da direita para que eles tivessem direito a uma esmola por ano. Sim, uma esmola, uma vez que 100€ ou 150€ por ano não passa mesmo de uma esmola. I
Esse é que foi o reconhecimento devido aqueles que, com sangue, suor, lágrimas, sede e fome, sim, sangue, mesmo, suor imenso, lágrimas muitas, sede tanta e fome demais, passaram dois dos melhores anos das suas vidas nas guerras de África que duraram 13 longos anos, fora os que por lá ficaram e que acabaram a comissão antes de tempo?
E até tanto ministro e ministras da educação, que têm passado pelo lugar, o que é que fizeram para divulgar e incentivar o estudo desse período conturbado da história junto da população escolar? Nada.
Foram cerca de 10.000 que por lá morreram. Feridos e estropiados foram largas dezenas de milhar. E muita dessa gente que serviu de carne para canhão está agora a engrossar os números dos desempregados, os números dos sem abrigo, enfim os números dos desprotegidos da sorte.
Apesar da crise criada por alguns, que encheram o papo à tripa forra, e que afecta a maioria das pessoas, mas também por causa desse crise o mundo tem que mudar. Mas isso está um bocado nas mãos de cada um de nós.
Que cada uma vá fazendo o seu exame de consciência e que ponha cá para fora o muito que lá vai por dentro. Pode ser que assim os senhores se vejam obrigados a repensar tudo isto.
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