Por: Mário Santiago
Decorreram sensivelmente 200 dias desde que a CDU apresentou os seus primeiros candidatos aos orgãos autárquicos. Chegámos hoje, ao último dia de campanha eleitoral, com o sentimento de que valeu a pena, graças ao envolvimento de dezenas de pessoas que pela sua motivação e esforço, permitiram algo que seria impensável fazer sem os recursos financeiros de outras candidaturas.
Tenho que expressar um forte elogio a toda a estrutura que está na base deste Projecto CDU 2009-2013. Se existem pessoas que imaginam a CDU como uma organização retrógrada, fechada, envolta num manto de mistério e histórias de conspiração (mensagem que repetidamente tentaram passar), posso assegurar que o que encontrei foi exactamente o oposto. Encontrei uma mentalidade avançada, com reuniões alargadas, de portas abertas, sem segredos e com o único objectivo de criar um projecto credível, assente nas pessoas certas, e sem quaisquer outros interesses além do contributo abnegado que permita uma MUDANÇA que vá de encontro às expectativas de todos os Alpiarcenses.
Fomos ainda a única força política que se disponibilizou para usar as novas tecnologias de informação, promovendo o debate sério com os nossos adversários e ainda esclarecendo as dúvidas que pertinentemente nos fossem efectuadas. Às questões que nos foram colocadas nos blogues, exceptuando aquelas que a coberto do anonimato tinham apenas um objectivo não construtivo, foram prestados os devidos esclarecimentos. É assim que entendemos a democracia participativa e avançada, e da mesma forma que estivemos ao dispor da população de forma interactiva, também estaremos depois do 11 de Outubro, no terreno, na autarquia, na oposição ou onde precisarem de nós. Tem sido assim com a CDU desde sempre. Não temos como comportamento político, aparecer apenas de 4 em 4 anos de forma retocada, como se pudéssemos ignorar a população e os seus problemas fora do período eleitoral.
Quanto ao desafio que lançámos de debatermos interactivamente com as outras candidaturas, não obtivemos resposta, e embora as mesmas tendo tido conhecimento do desafio, não quiseram ‘dar a cara’, como se o contacto com os adversários ou com a população fosse algo a evitar a qualquer custo. Se por parte do PSD/CDS, existiu a postura correcta de me transmitirem pessoalmente essa indisponibilidade, cujos argumentos recolhi e que até aceitei como válidos, por parte do PS foi aquilo a que já nos habituaram ao longo dos seus mandatos na Autarquia, ou seja, recusaram por omissão o livre debate e troca de ideias. A CDU entendeu que o debate deveria acontecer pelo direito implícito de os leitores conhecerem os diferentes projectos para Alpiarça. O PS fugiu ao mesmo, tendo sido a força política que demonstrou a postura fechada e retrógrada que quiseram tantas vezes associar ao nosso Projecto.
O período de campanha eleitoral envolto no inevitável folclore político, tendo obviamente como principal objectivo, a conquista de votos, tem no entanto momentos que marcam qualquer candidato, e cada um guarda na memória determinados aspectos. No meu caso, não me esqueço de nos ‘porta-a-porta’ ter reencontrado algumas pessoas que já não via há imenso tempo e que me recordaram bons momentos da minha vida. Não esqueço também, a forma como senti a desertificação demográfica que a sede do concelho tem vindo a sofrer. Quando era pequeno, corria pelas ruas e em cada casa morava alguém. Tristemente, hoje, algumas dessas ruas estão praticamente desertas, e as casas ainda habitadas, são-no com moradores de idade avançada e sem perspectivas dos filhos (que moram noutros concelhos ou pela vida profissional não o permitir) os poderem apoiar nesta fase da sua vida ou eventualmente virem a ocupar um dia mais tarde as suas casas.
Já em relação às nossas iniciativas, tiveram desde o início, índices de participação que superavam consecutivamente as nossas expectativas, o convívio com a população compensava todo o trabalho associado à organização e logística dos mesmos. Não me esqueço do grande almoço-convívio desta semana que juntou 400 pessoas num Pavilhão, com caras de todos os quadrantes da comunidade local e que nos quiseram demonstrar o seu apoio. Nesse mesmo dia, assistimos provavelmente ao momento mais alto desta campanha com um debate entre os candidatos à CMA, onde o Mário Fernando demonstrou definitivamente porque merece sair vencedor no próximo domingo. Infelizmente, o debate não se realizou com uma plateia indiferenciada e não era a assistência das estruturas das candidaturas que iria mudar de opinião, mesmo com uma evidente e indiscutível melhor prestação por parte do candidato da CDU.
Momentos menos bons, também os houve:
- A proibição de realizarmos o Arraial Popular em frente à Colectividade do Frade de Cima por um elemento das listas do PS que também é Presidente da Direcção da Colectividade, quando para o PS disponibilizou imediatamente o espaço. Não foi o gesto de abertura democrática que se exigiria. Por exemplo, outra colectividade do concelho, o ‘Águias’, cujo Presidente da Direcção até pertence às listas da CDU, desde sempre colaborou com as várias forças politicas com tratamento indiferenciado.
- A calúnia e ofensa gratuita, sempre a coberto do anonimato nos blogues por quem entende que o projecto do PS é aquele que melhor defende os seus interesses, também era escusado e em nada dignificou o PS, que no seu eleitorado, acredito ter uma esmagadora maioria de pessoas que não se revêem nestas atitudes. Infelizmente, são estas pessoas que afastam os eleitores da política e desacreditam o processo eleitoral e a seriedade que o deverá caracterizar.
- A acção da ASAE no Centro de Trabalho do PCP, através de uma alegada denúncia a uma semana das eleições, foi mais uma manifestação da maldade dos denunciantes, em que vale tudo para atingir determinado alvo. Foi uma reedição do que já tinha acontecido recentemente na festa de final de ano lectivo, em que para atingir a Direcção de uma Escola, espezinha-se a dignidade de toda a comunidade educativa. Que estas denuncias não se tornem um hábito para aumentar ainda mais a crispação social.
- O tom de gozo que existiu na plateia afecta ao PS no debate do dia 5 de Outubro, em relação à candidata do PSD/CDS, foi um acto de desprezo em relação a todos os elementos da coligação e do próprio eleitorado do PSD e CDS. Momento perfeitamente dispensável.
Ganhe quem ganhar, deverá estar preparado tecnicamente para encontrar uma Autarquia com uma débil situação financeira e que obrigará a uma visão estratégica.
A desertificação visível, principalmente na sede do concelho, aliada ao envelhecimento da população, assim como a inexistência de focos de atracção, é uma mistura explosiva de factores que antecipam uma ruptura inevitável na já débil situação financeira da Autarquia.
Em 12 anos de gestão socialista, a Câmara Municipal de Alpiarça acumulou um Passivo Total que se cifrava no final de 2008 em quase 12 Milhões de Euros, sem que esse Passivo se tenha baseado em obras de previsível retorno económico ou social para os seus Munícipes. 12 Milhões de Euros de Passivo Total, representa uma Dívida por habitante de quase 1.500 Euros.
Prevemos ainda, que na sequência da gestão PS no ano de 2009, o Passivo do Município de Alpiarça ultrapasse largamente a fasquia dos 13 Milhões de Euros, sem que tenha existido qualquer reforço ao nível da receita relativamente ao ano anterior.
Adjectivamos de desastrosa a gestão praticada ao nível dos recursos e necessidades de curto prazo. O Município tinha em 2008, obrigações perante terceiros num prazo inferior a 12 meses de 5.100.000 Euros quando no mesmo prazo tem a receber somente 1.200.000 Euros. Tal reflecte-se obviamente na incapacidade da Autarquia conseguir cumprir os seus compromissos perante os fornecedores, inibindo o respeito pelos prazos de vencimento acordados com os mesmos e atrofiando ainda mais a já débil situação financeira dessas empresas. Se hoje em dia, se fala tanto em ajudar o comércio local, a prática da Autarquia é ironicamente contrária a esse discurso.
O último estudo publicado pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas que se refere à situação financeira das Autarquias em 2007 (e considerando que em 2008, a situação financeira da Autarquia se tenha agravado ainda mais) já demonstrava que a Autarquia de Alpiarça apresentava relevantes deficits de gestão financeira, numa base de comparação com os restantes Municípios.
Em 2007, Alpiarça era:
- O 16º Município com menor grau de execução da receita cobrada relativamente à receita liquidada, entre 308 Municípios.
- O 16º Município com menor grau de execução da receita cobrada relativamente à receita liquidada, entre 308 Municípios.
- O 19º Município com maior índice de endividamento líquido em relação às receitas do ano anterior, entre 308 Municípios analisados.
Nos dias de hoje, não é difícil estimar que a situação seja ainda mais catastrófica.
Sem uma ruptura imediata com as práticas despesistas e sem qualquer valor acrescentado ao concelho, não será possível devolver a Alpiarça a dignidade que ela merece. Sem essa ruptura, o concelho entrará numa espiral de degradação social e demográfica que a longo prazo hipotecará definitivamente o retorno ao desenvolvimento e crescimento do concelho.
Como se depreende desta análise, a gestão do PS nestes últimos 12 anos, não só se traduz num enorme fracasso ao nível da competência da gestão, como posiciona a nossa Autarquia em posições de ranking nada abonatórias.
Esta é a hora de mudar. A continuidade do mesmo tipo de gestão deste Executivo comprometem seriamente politicas de desenvolvimento e diferenciação, tal como defendemos e que estão expressas no nosso Programa Eleitoral.
Contamos com todos aqueles que reconhecem a caótica relação da Autarquia com o concelho ou que apostam neste projecto e nesta equipa como aquela que mais capacitada está para posicionar definitivamente o nosso concelho em patamares sustentáveis de desenvolvimento.
Na CDU, temos a visão que é necessária para que os objectivos de desenvolvimento dos Munícipes sejam uma realidade. Sabemos o que queremos e como faremos. Não nos limitamos a apresentar tópicos vagos e generalistas. Temos ideias, temos vontade e não nos limitamos a um horizonte temporal de 4 anos. No fim do nosso mandato, continuaremos a ser Alpiarcenses e queremos que Alpiarça seja aquilo que nós, Alpiarcenses, desejamos.
Contamos convosco. Podem contar connosco…
2 comentários:
Não é facil recuper um Municipio com mais de 20 anos de gestão comunista, como toda a gente sabe.
Mário Santiago saiu do anonimato para vir mostrar nesta campanha que é um miúdo arrogante e vaidoso, que pensa que, por ter sido convidado para cabeça de lista de uma força política, tem legitimidade para insultar tudo e todos. A Assembleia Municipal é o órgão autárquico de maior relevância para os destinos da nossa terra e não pode ser entrega a uma pessoa sem um pingo de humildade e de saber ser. Os alpiarcenses sabem disso e escolherão a pessoa certa.
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