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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Resposta/esclarecimento de Mário Santiago a um comentário de uma leitora deste jornal

Olá Patrícia,

Relativamente à minha condição de Independente pela CDU na candidatura à Assembleia Municipal, posso referir-lhe desde já o que tal significa para mim:

I – Politicamente, quer dizer que não me identifico com a linha ideológica representada por um qualquer Partido em toda a sua amplitude nem estou inscrito como militante no mesmo. Tenho no entanto uma consciência política de esquerda, principalmente no que respeita à primazia do bem-estar social e ao papel do Estado no mesmo, identificando-me assim em alguns aspectos ideológicos. No entanto e mesmo reconhecendo algumas das virtudes associadas a determinadas ideologias, não me sinto preparado para aceitar determinadas doutrinas e dogmas sem qualquer tipo de reservas.

II – Ser Independente, para um eleito na Assembleia Municipal, e embora não sendo condição obrigatória para o desempenho de um bom trabalho, tem a vantagem de poder garantir com maior à vontade e menor constrangimento a função fiscalizadora que a Assembleia Municipal deve ter em relação ao Orgão Executivo, ou seja, em relação à Câmara Municipal. Penso que a transparência na Assembleia Municipal sairá também valorizada, ao contrário do que muitas vezes parece quando nos órgãos de fiscalização estão pessoas que não se conseguem libertar (esses sim) de alguns fantasmas do passado, em relação aos fiscalizados. Veja o caso da comissão de Inquérito ao BPN. Não houve ninguém do PS que tivesse a isenção e capacidade para se libertar da condição de militância partidária para de uma forma objectiva e isenta para relatar aquilo que foi óbvio para o mais comum e distraído dos cidadãos. Que o Banco de Portugal errou escandalosamente na sua acção fiscalizadora. E qual foi o resultado dessa Comissão? O Governador lá continua a exercer o seu cargo, e segundo os órgãos de comunicação social, é o 3º Governador do Banco Central mais bem pago do mundo. Deve ser pelo seu ‘desempenho exemplar’…

Esteja à vontade para apresentar as questões que entender.

Obrigado,
Mário Santiago

3 comentários:

Anónimo disse...

obrigado também pelo esclarecimento.

Patricia S.

Anónimo disse...

Caro Mário os Partidos são compostos por pessoas, todas elas diferentes na sua forma de agir...
Pelo que depreendi da sua resposta à Patrícia O Mario acha que cada vez é mais importante ser independente de partidos na vida politica Portuguesa, para dessa forma ser isento ao tomar uma decisão!
Mas o Mário candidatou-se por uma força politica e vai representa-la na A. Municipal!!!
Sabemos que a CDU trabalha em colectivo e prevalece as decisões colectivas, isso para si não é a mesma coisa que pertencer a um partido?
Outra questão, ultimamente muito se tem falado nestas questões dos independentes devido ao caso Moita Flores...
De facto há independentes nos partidos políticos?
Vê-se a Votar na CDU para a Autarquia e noutra força politica para as legislativas?


ABF (Apoiante da CDU)

Mario Santiago disse...

Caro ABF,

Claro que existem Independentes. Relativamente à possibilidade de um dia eu votar noutra força politica além da CDU, é sempre uma possibilidade em aberto. Se a CDU se afastar dos seus ideais e fizer o que outros fizeram (o exemplo do PS que ‘colocou o socialismo na gaveta’), cá estarei, à semelhança de outros eleitores para demonstrar o meu descontentamento. A democracia é isso mesmo.

Em relação à suposição de que na CDU prevalecem as decisões do colectivo em detrimento da opinião individual, não sou concordante com o comentário. É suficiente consultar as Actas da Assembleia Municipal e concluir que nem sempre prevaleceu o voto colectivo.

Obrigado pela intervenção,
Mário Santiago