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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O mundo devia ser mais justo

É um facto. Todos devemos estar preocupados com este fechar de portas diário que atira mais uns milhares para o desemprego, enquanto os políticos dizem que o pior já passou. Assim, como não devemos esquecer outras situações que temos mesmo aqui, à frente da nossa porta.
O pequeno comércio local estrangulado. O desemprego a crescer. Os vizinhos que andam cabisbaixos, por motivos que todos adivinhamos. As oficinas à espera dos clientes enquanto outrora eram os clientes à espera da oficina. Os agricultores, os produtores leiteiros e outros sem escoamento para os seus produtos, enquanto os senhores das grandes superfícies (às vezes “senhores à força, mandadores sem lei”) brincam com os seus milhões, com a nossa economia e com tudo que os envolve.

Há poucos dias podíamos encontrar numa grande superfície da capital do gótico (Santarém), batata a 0,08 €/K – saco de 10Kg por 80 cêntimos! 1 litro de leite pasteurizado por 39 cêntimos! 1pãozinho tipo bola (que custa por aí, perto de 0,20€) por 5 cêntimos! Uma camisa de algodão puro, por 4.99€. Um par de calças bluejeans, por 6.00€!

Aqueles que têm (por enquanto) ordenado certo e dinheiro fresco na carteira, enchem os sacos, sorridentes e felizes da vida, como quem acabou de fazer o grande negócio da sua vida! A grande poupança, no mundo do barateiro.
Os que sofrem os reflexos deste “salve-se quem puder”; que vão dividindo e contando os cêntimos que vêem o produto do seu trabalho recusado por esta máquina económica, passam pelas coisas, abanam a cabeça num gesto de indignação e, lá no fundo, só Deus sabe o que lhe vai na alma.

O mundo devia ser mais justo.

Por: Português PT

1 comentário:

Anónimo disse...

Tem toda a razão senhor Português pt. É uma vergonha a maneira como o governo e essas grandes fábricas de fazer dinheiro que são as grandes cadeias de supermercados tratam quem trabalha na agricultura, na pecuária e até noutros sectores.
Estamos dependentes deles. Estamos nas mãos deles.
Eles têm daqui a pouco todo o comércio nas suas mãos. Têm seguradoras,agências de viagens e turismo, bancos,telecomunicações e um inúmero rol de outras actividades de monta no nosso sector económico.
Eles são, em suma, polvos gigantes que irão dominar o mundo.
Colocam-se ao lado dos governos que os possam proteger e é vê-los a esmagar sem dó nem piedade os mais pequenos. Aqueles que não têm a protecção dos governos.

Enfim, como já estou velhote, a mim já afectaram o que podiam e portanto não me vão afectar mais.

Que os jovens saibam conduzir este barco que parece desgovernado.



Um comerciante na reforma.