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sábado, 12 de setembro de 2009

Bronze é a recompensa por "todos os sacrifícios"

O atleta português João Pereira disse hoje que a medalha de bronze na prova de sub-23 dos Mundiais de triatlo, a decorrer em Gold Coast, na Austrália, é uma recompensa por "todos os sacrifícios".

"Esta medalha significa que todos os sacrifícios que eu tenho feito este ano e em anteriores - muitas vezes não são bem sacrifícios, mas passamos dois ou três meses a treinar em altitude para estarmos fortes e este ano nem deu para ir à praia, porque tínhamos o Mundial - valeram a pena. Foi um trabalho de quatro anos que foi recompensado", afirmou à Agência Lusa o triatleta.
Apesar de surpreendido pelo resultado, João Pereira, que completou a prova em 1:46.32 horas, mais 13 segundos do que o alemão Franz Loeschke, que se sagrou campeão mundial, e sete em relação ao australiano James Seear, que arrebatou a prata, admite que poderia ter conseguido melhor. "Nunca fico satisfeito com os meus resultados, sempre que acabo as provas sinto que podia ter feito melhor. Acredito que não pudesse ter feito mais no final, mas, se calhar, podia ter-me poupado mais antes, para depois conseguir dar mais. Mas, o que consegui já foi muito bom. Surpreendi-me", revelou o triatleta do Alhandra, realçando o "sonho" de chegar aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Para o Director Técnico Nacional (DTN) da Federação de Triatlo de Portugal (FTP), esta "primeira medalha conquistada no escalão de sub-23 em campeonatos do Mundo" foi "muito importante", por ser "num escalão de formação e porque é mais um atleta que se afirma como certeza para poder discutir a qualificação olímpica para 2012". "O João Pereira acabou por sair da natação num segundo grupo, mas a menos de 30 segundos dos primeiros. Rapidamente, com alguns dos outros favoritos, juntou-se um grupo de 20 unidades na frente, que acabaram por comandar o ciclismo até à corrida, na qual ele foi perfeito. Resistiu até ao quilómetro 9 e, depois, esteve sempre na liderança, entre os três primeiros", explicou à Lusa Sérgio Santos. Após este desgaste, apesar das indicações para "refrear o andamento", João Pereira descolou após o ataque de Loeschke. "Ele sentia que estava muito forte e queria provocar rupturas no grupo, mas, eu sabia que, inevitavelmente, ia acontecer mais próximo do fim e ele tinha de guardar os recursos todos. Quando o alemão atacou, por volta do nono quilómetro, ele acabou por se posicionar atrás de Seear, que era o grande favorito, e por resistir à medalha, mas pode dizer-se que a prova não podia ter corrido melhor", sublinhou.
Na mesma competição, Miguel Arraiolos terminou no 19. lugar, com 1:49.08 horas, enquanto João Silva foi obrigado a desistir à saída da água, quando seguia no primeiro grupo, com o ouvido externo rasgado, após pancada na última bóia. "Sentíamos que o João Silva estava ao mesmo nível do João Pereira, pelas indicações de treino que tínhamos.
No entanto, foi impossível para o João Silva, que até vinha um pouco mais à frente no segmento da natação, continuar a prova, porque sofreu um golpe violento que provocou um rasgo no ouvido externo e um desequilíbrio completo. Saiu da água a cambalear em direcção à bicicleta, a cair e a levantar-se, e teve de ser retirado", detalhou o DTN. Depois da prova de sub-23, Bruno Pais (29. no ranking) e Duarte Marques (74.) competem sábado em elites, tal como Vanessa Fernandes, domingo.
No escalão de juniores, também domingo, Portugal vai estar representado por João Amorim, Pedro Laginha Palma e Ruben Costa. "Estão 18 medalhas em discussão, nove masculinas e nove femininas, para cerca de 100 países presentes, é muita gente a querer as medalhas. Uma já é nossa, vamos ver o que acontece amanhã (sábado) e domingo", concluiu Sérgio Santos.

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